Fiep defende novas estratégias para conquista do mercado internacional

O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Rodrigo da Rocha Loures, afirmou nesta quinta-feira, em Brasília, que é imperativo que a indústria brasileira adote novas estratégias para ganhar espaço no mercado internacional. ?O foco deve estar voltado para a produtividade, a inovação e a competitividade. Este conceito deve permear as empresas nacionais?, disse ele durante o Encontro Nacional da Indústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na capital federal. Loures foi o moderador do workshop Desafios para a Indústria Brasileira ? Inserção Internacional e Inovação, do qual participaram o embaixador Rubens Barbosa e o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Carlos Mariani Bitencourt.

Segundo Rocha Loures, a indústria deve melhorar seus processos internos, mas o País também tem o dever de oferecer um ambiente institucional que favoreça o setor produtivo. ?Não existe vontade política do governo em efetivar uma política industrial para o País e não há sinergia com a política vigente para o setor e a política econômica?, declarou. ?Esta não é uma prioridade do governo. Hoje, a política industrial não passa de discurso e o empresariado precisa atuar politicamente para reverter esta situação?, disse Loures.

Na avaliação do presidente da Fiep a indústria é a força motora do crescimento econômico e a melhoria do seu desempenho se reflete em outros setores. ?A indústria tem o atributo de promover avanços tecnológicos e um salto de qualidade na dinâmica econômica que afeta toda a sociedade?, disse. ?O grande desafio do Brasil é voltar a crescer. Para isso é preciso ter uma visão de futuro que pode ser construída através de uma política industrial?, completou.

Loures, que também preside o Conselho Temático Permanente de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico da CNI, afirmou que o investimento em inovação é pré-requisito para o desenvolvimento nacional e que as competências que estão nas universidades precisam ser melhor aproveitadas. ?Inovação é melhorar processos, sistemas e produtos. Isso depende da interação das empresas com a academia, onde hoje estão a grande maioria dos nossos doutores?, afirmou.

Durante sua explanação, o presidente da Fiep mostrou como o País pode desenvolver tecnologias e ser competitivo em nível internacional. Entre os exemplos citados estão os casos da Embraer, Petrobrás (exploração em águas profundas), dos motores bi-combustível, do sistema eletrônico de votação, da automação bancária, da biotecnologia aplicada na agricultura, entre outros. Ele também expôs os setores considerados portadores de futuro da indústria brasileira (veja quadro). ?Este mapeamento deve orientar nossas universidades a formar profissionais voltados para estas áreas?, disse. ?É preciso produzir conhecimento em sintonia com as necessidades do setor produtivo?.

Rocha Loures lembrou que o Congresso Brasileiro de Inovação Industrial, realizado em 2005, estabeleceu como metas para o País ter 4 mil indústrias inovadoras até 2010. Hoje, são apenas 1.200. Das 4 mil, a meta é ter 500 inseridas no mercado internacional.  Outra meta é dobrar o volume de investimentos em inovação passando de 1% para 2% do PIB.  

O Encontro Nacional da Indústria reuniu em Brasília 1.200 dirigentes sindicais e de entidades ligadas ao setor, de todos os estados brasileiros. O Paraná participou com 40 representantes de sindicatos dos mais variados setores da indústria estadual.

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