Fiéis de todo mundo oram pelo papa

Enquanto milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro oravam e choravam
pelo papa João Paulo II, nos países cristãos milhões de fiéis se mobilizaram
para acompanhar os últimos acontecimentos no Vaticano.

Na própria Itália,
os partidos políticos suspenderam ações de campanha que fazem parte de eleições
regionais. O premiê Silvio Berlusconi cancelou suas atividades.

Na
Polônia, as igrejas da capital, Varsóvia, e da cidade natal do papa, Wadevice,
ficaram lotadas após os habitantes deixarem escolas e escritórios mais cedo. Os
judeus poloneses também oravam pelo papa, recitando preces hebraicas
tradicionais para os doentes. Durante seu papado, João Paulo II discursou sobre
a reconciliação entre judeus e católicos e condenou o
anti-semitismo.

Lech Walesa, antigo líder do movimento Solidariedade, que
recebeu apoio de João Paulo II na luta contra o comunismo na Polônia, disse em
Praga que "nesta era de globalização, precisamos realmente do Santo
Pai".

No santuário de Lourdes, cerca de 7.000 peregrinos se uniram para
rezar. Na Catedral de Notre Dame, em Paris, vozes de fiéis se elevavam em preces
pelo papa. "Há 25 anos, o papa reuniu os fiéis em Notre Dame. Hoje, nos reunimos
para acompanhar nosso pai em seus últimos momentos de vida", disse o arcebispo
André Vingt Trois, a uma multidão – entre ela membros do governo – que se reunia
em uma das igrejas mais conhecidas do mundo.

Na América Latina, que
congrega aproximadamente metade da população católica do mundo, líderes
políticos, religiosos e fiéis de todas as idades se reuniram em igrejas e
acompanharam atentamente as notícias que vinham da Europa.

No México,
cinco vezes visitado pelo papa, centenas foram à Basílica de Guadalupe assistir
à missa especial presidida pelo cardeal Norberto Rivera – no local, em 2002, o
papa canonizou o primeiro santo indígena.

As nações centro-americanas
divulgaram um comunicado conjunto de solidariedade pela melhoria da saúde de
João Paulo II. Na Guatemala, nação visitada duas vezes pelo papa na época de
guerra civil e mais uma vez durante o processo de pacificação, o cardeal Rodolfo
Quezada Toruño disse que a população se recorda do papa "por sua preocupação
constante com os pobres e em especial com os indígenas".

Na Argentina,
centenas de homens e mulheres participavam de missas que se repetiam de hora em
hora na Catedral Metropolitana de Buenos Aires.

Bolivianos, peruanos e
venezuelanos fizeram vigílias e orações pelo papa. No Chile, todas as igrejas
permaneceram abertas para receber os fiéis. No meio da manhã de hoje, a Catedral
de Santiago estava repleta de pessoas. Segundo a pré-candidata presidencial
Michelle Bachelet, o papa "teve um papel muito importante na recuperação de
democracia" no país. O presidente chileno Ricardo Lagos disse que João Paulo II
foi um "grande líder moral".

Voltar ao topo