FGV: confiança do consumidor dá sinais de acomodação

Após um movimento de euforia em outubro, a confiança do consumidor brasileiro atingiu um patamar mais realista em novembro, dando sinais de "acomodação". A análise é do coordenador de Sondagens Conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo, ao comentar o resultado do Índice de Confiança do Consumidor (ICC) desse mês – que subiu 0,9%, ante alta de 5% em outubro.

O economista lembrou que o resultado do mês passado foi afetado pelo término das eleições em primeiro turno em diversos Estados, que acabou com o período de incerteza em relação aos rumos futuros do País – principalmente em economia. "O ambiente político jogava uma espécie de nuvem escura na confiança do consumidor", lembrou. Mas que, agora em novembro, com o término da euforia, o consumidor percebe mais claramente o cenário do País, bem como sua própria situação financeira. Na avaliação de Campelo, o brasileiro continua confiante na recuperação econômica e espera um bom cenário para o País, no futuro – mas a velocidade de como esse bom cenário vai se dar ainda é lenta e gradual. "Isso causa um certo desânimo", admitiu ele.

De acordo com ele, a alta de 0,9% em novembro no ICC é um resultado bem melhor do que o apurado em novembro do ano passado quando o índice caiu 1,2%. Essa taxa positiva foi puxada principalmente pelas expectativas do consumidor e, em especial, por um quesito: a situação financeira das famílias. No âmbito do ICC, a parcela dos entrevistados que acreditam em melhora na situação financeira familiar, nos próximos seis meses, passou de 32,9% em outubro para 36,1% em novembro. No mesmo período, diminuiu de 3,3% para 3% o porcentual de consumidores pesquisados que acreditam em piora, nesse mesmo tópico.

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