Festa do Café e do Frango no Distrito de São Luiz reúne mais de 15 mil

A Festa do Café e do Frango, do distrito londrinense de São Luiz, que ocorreu de 14 a 16, reuniu mais de 15 mil visitantes em torno da comida típica, da oferta do café torrado e moído de qualidade, da demonstração da Dança do Café por alunos da Escola Municipal Francisco Aquino Toledo, do encontro municipal dos cafeicultores e dos momentos de convivência com a comunidade, que se organizou e empreendeu para bem receber os turistas.

Projeto formatado em 1994 pelos extensionistas Ildefonso José Haas, Nilson Ladeia de Carvalho e Sérgio Henrique Schmitt, todos da Emater, e do então subprefeito do distrito, cafeicultor Antonio Delmonaco Totonho, a primeira edição da festa tinha por objetivo fundamentar o sistema tecnológica da cafeicultura adensada e da avicultura de corte como parte integrante da tecnologia de adubação orgânica pelo aproveitamento da carne de frango.

Visava também atrair a atenção da população londrinense para o trabalho integrado das instituições vinculadas à cadeia produtiva do café e em especial ?à valorização dos habitantes do distrito, que foram chamados para realizarem uma programação festiva onde deveriam se organizar e empreender para usufruírem das oportunidades de trabalho e de renda da festa?, lembra Schmitt.

No 13º Encontro de Cafeicultores de Londrina os propósitos técnicos foram em definitivo alcançados, garante Haas, ?com a realização do primeiro concurso municipal de café que teve 26 participantes, premiados e certificados durante o encontro e as amostras vencedoras torradas e moídas e colocadas à venda em forma de bebida e em pacotes para consumo dos visitantes?. No certame venceu em primeiro lugar o cafeicultor Orlando Brané , Vicente Antônio de Paula e Antônio Lauro Fernandes conquistaram os segundo e terceiro lugares, respectivamente.

?A gastronomia típica à base de frango assado e ensopado também cumpriu sua finalidade de grande atrativo da festa, embora a avicultura não teve a merecida expansão no distrito, tornando-se potencial a ser realizado futuramente?, garante Nilson Ladeia, que ocupa atualmente a função de secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento de Londrina.

O parque cafeeiro de Londrina é de 5,2 mil hectares, sendo que 1,1 mil hectares são do sistema adensado, com produtividade média de 24,6 sacas beneficiadas por hectare. ?A proposta do Grupo Café, que integra todas as instituições e empresas do setor como Seab, Iapar, Emater, Smaa, BCML, CCCNP, cooperativas Integrada, Corol e Coasol, Departamento do Café do Ministério da Agricultura e sindicatos, é trabalhar na renovação das áreas tradicionais, contando com incentivos municipais?, destaca o engenheiro agrônomo Jefferson Hernandez, gerente de produção agropecuário da secretaria municipal de agricultura.

Segundo Jefferson, a prefeitura apóia a expansão do café adensado através do programa de doação sementes para mudas e das próprias embalagens das mudas, aos cafeicultores organizados a partir de agosto/setembro. Cabe a Emater manter gestão junto ao Banco do Brasil visando a inclusão do Pronaf Investimento nos projetos dos cafeicultores, destinados a reforma de terreiros e tulhas, além da compra de equipamentos de pós colheita, como também a liberação de novos financiamentos tirando os beneficiários do aval solidário, passando-os para o programa Penhor da Safra.

A preocupação maior da atividade cafeeira londrinense é a dificuldade de contratação da mão-de-obra qualificada, aponta Jefferson, comentando que estão sendo desenvolvidas estratégias de treinamento e capacitação dos trabalhadores rurais, em ação integrada que terá a participação das instituições oficiais e privada e das entidades de classe como sindicatos e cooperativas de produção agrícola.

Participante do encontro e grande entusiasta da festa, o cafeicultor Fábio Gonçalves dos Anjos, 58 anos, do Sítio Boa Vista de 12,1 hectares e com 10 hectares de café no sistema adensado cultivando 35 mil pés implantados a partir de 2005, considera que todo esse trabalho tem que convergir para a qualidade do café colhido.

Fábio, que também é presidente da Cooperativa Agroindustrial Solidária (Coasol), insiste com os seus 48 associados e os 78 participantes do encontro, da existência do Mercado Justo para cafés finos e que Londrina pode atender pedidos já feitos de 3 mil sacas por compradores da Europa ? França e Itália – e Estados Unidos, interessados no café de qualidade produzido pelos agricultores familiares londrinenses?.

Confiante na mudança de novos e bons rumos da cafeicultura local a produtora rural Maria Santa Barizon Pierolo, 52 anos, presidente do Conselho de Desenvolvimento Rural do Distrito e associada da Associação de Produtores de Ouro Fino e região de São Luiz, se diz feliz com os resultados da festa e do encontro dos cafeicultores.

?O evento como um todo mostra a integração de todos da organização e da excelente receptividade do público visitante. Mesmo que financeiramente deixou a desejar devido a crise financeira, que também está afetando o campo, não vamos perder a motivação e já estamos trabalhando para garantir maior sucesso da Festa do Café e do Frango de 2007?, concluiu Maria.

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