Falta assistência a portadores do HIV no Rio, denunciam ONGs

Integrantes de Organizações Não-Governamentais (ONGs) que defendem os direitos dos soropositivos fizeram hoje, Dia Nacional de Articulação e Mobilização de Luta contra a Aids, um protesto em frente ao Fórum do Rio. Eles reclamam que o governos estadual e municipal não cumprindo suas obrigações.

Denunciam a falta de medicamentos para doenças oportunistas e de kits para medição de carga viral, CD 4 e CD 8, além da carência de acompanhamento das mulheres portadores do vírus do HIV que estão grávidas e da inexistência de casas de apoio para pessoas doentes que não têm onde ficar.

Segundo os manifestantes, remédios são distribuídos sem a regularidade necessária há mais de dois anos. Eles contaram que muitas vezes têm de entrar na Justiça para recebê-los e que o governo estadual descumpre as sentenças. Atualmente, estariam em falta o Aciclovir (para herpes) e a Cefalexina (antibiótico).

Responde – A Secretaria Estadual de Saúde, responsável pela distribuição do primeiro medicamento, afirmou que todos os medicamentos para doenças oportunistas estão sendo repassados normalmente. O município, que fornece o segundo, deu a mesma resposta.

O aposentado Josué Serrão, de 43 anos, que descobriu ter aids há 10, já viu gente morrer por falta de remédio. “Há um mês um rapaz não resistiu porque não tomou as drogas para doenças oportunistas”, contou. Ele mesmo já precisou de ajuda de ONGs para conseguir o Bactrin, que age contra a tuberculose e a pneumonia. “Eu pedi a quem podia me ajudar. Tinha medo de morrer porque meu organismo estava enfraquecido.”

O presidente do grupo Avidha, Sidnei de Jesus, disse que o programa do governo federal de combate à doença, que é referência mundial, tem falhas. “Não é que não esteja dando certo, mas não acontece do jeito que é divulgado. Falta remédio, faltam licitações mais claras e as pessoas têm dificuldade de fazer exames”, afirmou.

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