EUA não devem “se intrometer nas decisões de outro país”, diz Fernández

O governo argentino rechaçou nesta sexta-feira (23) a queixa dos Estados Unidos pelo ato que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, realizou em Buenos Aires no último dia 9, enquanto George W. Bush estava em Montevidéu (Uruguai) logo após passar pelo Brasil.

O chefe de gabinete, Alberto Fernández, disse que a relação madura que a Argentina construiu com os Estados Unidos supõe respeitar nossas decisões individuais e não se intrometer nas decisões do outro país.

Assim, Fernández rebateu os comentários que o númerot rês do Departamento de Estado norte-americano, Nicholas Burns, fez ontem em Washington, durante entrevista para realizar um balanço do giro de Bush pela América Latina.

Já o ministro do Interior, Aníbal Fernández, afirmou que a Argentina é um país soberano que toma decisões por si próprio e sugeriu ao representante dos EUA olhar para dentro de seu país.

Em declarações Rádio 10, o ministro afirmou que nesta Argentinaem que as liberdades se exercem, vão poder continuar sendoexercidas e não é Burns que vai dizer ao presidente dosargentinos se tem que permitir ou deixar de permitir algo.

Aspalavras de Burns foram ouvidas em Washington pelo embaixador argentino nos Estados Unidos, José Octavio Bordón, que esclareceu hoje que não houve nenhuma queixa formal do governo Bush e tentou minimizar as críticas.

SegundoBordón, o funcionário norte-americano afirmou textualmente: Houve um ato do senhor Chávez, que, desculpesenhor embaixador, foi em Buenos Aires, com o que não estamosde acordo.

O embaixador disse que, embora preferisse que ocomentário não tivesse sido feito, não se tratoude uma queixa formal. E ponderou que foi realizado depois dereconhecer e elogiar para outros países a importânciado compromisso argentino com a democracia, a luta contra o terrorismoe contra a proliferação nuclear.

Os funcionários reforçaram assim a réplica do chanceler Jorge Taiana, o primeiro a contestar as declarações de Burns, ontem noite, em Caracas. Do ponto de vista político e diplomático, é surpreendente e inaceitável que se critique e qualifique como incorreta a realização de um ato popular.

O presidente Chávez também criticou a atitude de Burns. O governo dos Estados Unidos continua querendo ditar pautas aos governos do mundo, afirmou no programa televisivo Alô Presidente segundo agências internacionais. Não foi nenhum ato anti-Bush, completou.

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