Estudo conclui que Brasil, China e Índia serão os “gigantes agrícolas”

Londres – Brasil, China e Índia se transformaram nos "três gigantes agrícolas do mundo", com influência crucial nos mercados que crescerá ao longo dos próximos anos, concluiu o estudo Perspectiva Agrícola 2006-2015 produzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O levantamento prevê também que o Brasil expandirá seu domínio global na produção e exportação de açúcar.

A OCDE e a FAO afirmam que uma série de fatores econômicos está alterando os mercados agrícolas. A produção e o consumo nos países em desenvolvimento está crescendo num ritmo mais forte do que nas nações ricas. A crescente renda per capita aliada à expansão econômica e o processo de urbanização estão provocando alterações na dieta alimentar na maioria dos países em desenvolvimento, aumentando a demanda por carnes e rações, além de frutas, vegetais e alimentos processados. "Essa forte alta na demanda cria a fundação de um crescente volume de importações, que é reforçada por taxas de crescimento populacional que continuam quase duas vezes maiores do que as dos países ricos", afirmaram.

Por isso, acrescentou, os países em desenvolvimento estão cada vez mais determinando os contornos no cenário agrícola do mundo e, na verdade, ofuscaram o papel das nações ricas nesse setor. "Os países em desenvolvimento e, particularmente, o Brasil, Índia e China, estão se tornando os novos epicentros das forças que estão moldando a produção e o comércio mundial agrícola, uma tendência que deverá se acelerar nos próximos dez anos."

O estudo observa também que o fortalecimento da produção de commodities agrícolas em alguns países em desenvolvimento – e o papel menos relevante das nações ricas – intensificará a competição entre os exportadores.

No entanto, a OCDE e a FAO alertam que o crescimento da produtividade agrícola nos países mais pobres não está acompanhando as necessidades alimentares de suas crescentes populações. "Por causa disso, os países em desenvolvimento mais pobres serão cada vez mais dependentes dos mercados mundiais para sua segurança alimentar e, portanto, vulneráveis às flutuações dos preços internacionais", disse. "Para melhorar a capacidade da produção doméstica nesses países, é necessário maior investimento em educação, treinamento e infra-estrutura."

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