Estudantes são agredidos por militantes do PT em Sorocaba

Um grupo de estudantes da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) foi agredido por militantes do PT durante a visita do presidente Luiz Inácio da Silva a Sorocaba, hoje (13), para o lançamento das obras do campus local. Os 80 alunos protestavam contra a falta de estrutura do campus, que funciona em instalações emprestadas desde o início de março, mas foram cercados por integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de centrais estudantis ligadas ao PT. Houve tumulto e pancadaria, dentro do recinto de convidados para o evento, onde os dois grupos se misturaram. Os militantes, em maior número, encurralaram os universitários. Pelo menos dois estudantes ficaram feridos. Diego Hernandes, de 20 anos, aluno de Biologia, foi queimado com cigarro e levou um pontapé no tórax. Ele foi levado de ambulância para o pronto-socorro do Hospital Regional, onde passaria por exames.

Reinaldo César, de 28, levou pontapés e ficou com hematoma na perna. "Isso é repressão, é pior que ditadura, até mulheres apanharam", reclamou o estudante de Turismo, Marinho Ribeiro, de 20 anos. Ele disse ter pedido ajuda aos policiais militares, mas disseram que não podiam fazer nada. O capitão PM Ramos, que respondia pelo policiamento da área externa, informou que não podia agir dentro do recinto. Ele disse ter qualificado o agressor apontado por Hernandes e encaminhado o caso para a Polícia Civil. O estudante registrou a queixa à tarde, na Delegacia Participativa. O acusado, Daniel Lopes, de 23 anos, disse que é estudante de Direito e faz parte do movimento estudantil. Ele negou a agressão. Professores e alunos tiveram de abandonar o local. O presidente Lula já tinha desembarcado do helicóptero e estava numa sala reservada quando ocorreu o tumulto. No discurso, lamentou o fato e também as vaias dirigidas pelos petistas ao seu anfitrião, o prefeito de Sorocaba, Vítor Lippi, que é do PSDB. Ele considerou "extremamente desagradável" o que tinha ocorrido e ameaçou não mais visitar a cidade onde, lembrou, fez greves e piquetes na década de 80. Um grupo de descendentes de quilombolas também tentou entregar ao presidente documentos que comprovariam que a área de 700 mil metros quadrados onde o campus será instalado é remanescente de quilombo, mas não conseguiu.

Voltar ao topo