Escola japonesa permite que garoto se matricule como menina

Um garoto de sete anos que acredita ter nascido no sexo errado foi autorizado a matricular-se como menina em uma escola primária no sudoeste do Japão, informou um funcionário da instituição de ensino nesta quinta-feira (18).

O menino foi aceito na escola como menina em abril do ano passado. Aos seis anos, médicos constataram que o menino sofria de desordem de identidade sexual, disse o funcionário da escola. O ano letivo japonês começa em abril.

Sob condição de anonimato para proteger a identidade do menino e de sua instituição de ensino, a fonte disse que o nome do garoto consta de uma classe de meninas.

Ele faz aulas de educação física com as meninas e usa o banheiro feminino. Ainda de acordo com o funcionário, ele está na segunda série e veste um maiô feminino para usar a piscina.

"Estamos aliviados com o fato de a criança ter sido aceita já na primeira série e estar sendo educada de uma maneira saudável", prosseguiu a fonte.

A escola é estabelecida no Estado de Hyogo, 435 quilômetros a oeste de Tóquio. A decisão da instituição de ensino é incomum no sistema público japonês, conhecido por não tolerar crianças que não se adaptem a seu rígido sistema.

De acordo com o jornal Tóquio Shimbun, a escola não comunicou aos pais o fato e não se sabe se os outros alunos conhecem a história. Segundo ele, o caso é acompanhado de perto pela delegacia local de ensino e a decisão será reavaliada quando o menino chegar à puberdade.

Katsuki Harima, um psiquiatra especializado em desordem de identidade sexual, disse que a decisão da escola parece adequada mas poderá tornar-se um fator complicador à medida que o menino crescer.

De acordo com Harima, o menino ainda não tem maturidade suficiente para que se saiba se ele realmente sofre de desordem de identidade sexual. "Um menino comportar-se como menina não significa necessariamente que ele tenha desordem de identidade sexual. No futuro, ele pode decidir que quer ser homem e é provável que ocorrem problemas", opinou Harima.

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