Escândalo não afeta vendas da Nova Schin

A cerveja Nova Schin continua à venda em bares e supermercados e sua produção está normalizada. A campanha publicitária criada pela agência Fischer está no ar e informalmente, concorrentes garantem que não deve ocorrer mudança de participação de mercado de imediato. Na última aferição do Instituto AC. Nielsen, o Grupo Schincariol tinha uma fatia de 12,7% do mercado, frente a 68,3% da AmBev. A Kaiser, do grupo canadense Molson, incluindo a marca Bavaria, tinha 8,7%. Os próximos números devem ser divulgados quarta-feira. O mercado brasileiro também começa a atrair novos concorrentes e há quem aposte que a gigante Budweiser, do grupo Anheuser-Bush, estaria disposta a retornar ao País. A cerveja era distribuída pela Antarctica até a fusão desta com a Brahma, criando a AmBev em 2000.

Além da manutenção de mercado, segundo avaliação de seus concorrentes, a Schincariol ganhou outro alívio. A procuradoria do Ministério Público Federal decidiu adiar a formalização da denúncia de corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha contra os envolvidos na operação. O ajuizamento estava previsto para esta semana, mas por causa de novas investigações foi prorrogado sem um prazo definido.

Apesar dessa situação de aparente normalidade, os funcionários da cervejaria Schincariol ainda estão preocupados com o desenrolar da Operação Cevada. A empresa é suspeita de sonegar R$ 1 bilhão nos últimos cinco anos. No mês passado, oito diretores, incluindo os cinco proprietários da Schin, ficaram dez dias presos para investigação.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins de Campinas e Região, Manoel Martins, os empregados da matriz da cervejaria, localizada em Itu, a 98 quilômetros de São Paulo, não querem nem mesmo falar por telefone sobre o ocorrido. Martins diz que o funcionamento, aparentemente, está normalizado. "Mas ainda há medo e preocupação com as próximas atitudes."

A direção da indústria também reluta em falar sobre a operação, nem mesmo sobre possíveis mudanças no marketing e perdas no período em que passaram na custódia da Polícia Federal em São Paulo.

Entre os acusados do suposto esquema de fraude e sonegação fiscal que envolve o Grupo Shcincariol figuram servidores públicos, advogados, distribuidores e diretores da Schin. "Vamos aguardar um pouco, pois apareceu mais envolvidos e isso demanda uma análise mais apurada das provas", disse o procurador José Maurício Gonçalves. A denúncia poderia ser formalizada, mas, segundo Gonçalves, ele achou melhor esperar para não "tumultuar" o processo. Gonçalves afirmou já ter provas suficientes para a acusação de corrupção.

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