Enfermeiro é denunciado por morte de crianças no Rio de Janeiro

Rio – O Ministério Público Federal denunciou o técnico de enfermagem Abraão José Bueno, acusado de provocar mortes de crianças internadas no Instituto de Puericultura Martagão Gesteira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pela prática de oito homicídios. O réu, que está preso provisoriamente, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça.

Ele teria tentado induzir a morte de oito pacientes, sendo que apenas quatro de fato morreram. Segundo a denúncia do procurador da República Jaime Mitropoulos, Bueno cometeu homicídios triplamente qualificados, já que as vítimas não puderam se defender. "O crime é ainda mais grave porque o denunciado o praticou por motivo torpe", afirma Mitropoulos no texto.

O técnico de enfermagem injetava nas crianças medicamentos sedativos, barbitúricos e bloqueadores musculares sem que tivessem sido prescritos por um médico, o que causava súbitas paradas respiratórias e depressão neurológica e agravava o estado de saúde delas. A denúncia e o pedido de prisão preventiva foram aceitos pela 8ª Vara Federal Criminal.

As investigações mostraram que o enfermeiro pode ter cometido um número ainda maior de crimes – ele também trabalhava nos hospitais Miguel Couto e Albert Schweitzer. Médicos do hospital da UFRJ contaram, em depoimentos à Polícia Federal, que 17 crianças podem ter sido intoxicadas na unidade por Bueno, somente nos meses de outubro e novembro.

O caso foi descoberto porque foram registrados sucessivos casos de parada cardiorrespiratória em pacientes que chegavam com problemas menos graves, como conjuntivite e quadro leve de asma. Bueno injetava as substâncias e, em seguida, pedia socorro a um médico, possivelmente para ser visto como um profissional dedicado.

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