Empresas apostam no mercado da soja convencional

Cresce o número de empresas que apostam na soja convencional como melhor opção para seus negócios. O grupo André Maggi, maior produtor de soja do país, já se definiu pela soja convencional. O diretor do grupo, Ocimar Velozzo Camargo, declarou: "não plantamos soja transgênica, não compramos soja transgênica e não vendemos soja transgênica. O nosso negócio é somente com soja convencional". O grupo, localizado no Mato Grosso, tem 1.800 empregados e registra exportações de US$ 430 milhões.

Outra empresa que mantém a opção pela soja convencional é a Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia (Carol) investiu R$ 300 mil para garantir a produção certificada de óleo e farelo de soja livre de transgênicos. A cooperativa é a primeira no Estado de São Paulo a ter a certificação emitida pela empresa suíça SGS e não aceita nesta safra 2004/2005 a entrada de soja transgênica na sua unidade processadora de São Joaquim da Barra (SP).

Os caminhões de soja que chegam à unidade processadora da Carol em São Joaquim da Barra têm suas cargas analisadas em minutos pelo método PCR (reação em cadeia de polimerase), que identifica um grão transgênico em dez mil não-transgênicos.

O Carrefour na França vai comprar farelo de soja não-transgênica do Brasil para ser utilizado por fornecedores da rede de carne suína, de aves e ovos. O Grupo Agrenco, multinacional franco-brasileira, fechou contrato com a companhia varejista para vender até 300 mil toneladas do produto da Imcopa.

É o primeiro acerto para o fornecimento do produto livre de modificação genética após a aprovação da nova Lei de Biossegurança, que liberou o cultivo e a venda de soja transgênica no País. O contrato terá duração de um ano, mas poderá ser renovado. "O mercado europeu é o principal consumidor do não-transgênico, mas temos demanda também nos mercados japonês, tailandês e australiano", diz o diretor da Agrenco na França, Fred Humberg. A França, explica, é o país com maior potencial para o farelo de soja brasileiro no mundo e consome por ano 4,5 milhões de toneladas.

A desconfiança da população quanto à presença de transgênicos nos alimentos destinados ao consumo humano e a perspectiva de rejeição do consumidor são fatores cada vez mais levados em conta na hora de colocar produtos nesse mercado. A empresa paranaense Jasmine, uma das maiores no mercado nacional de produtos naturais e orgânicos, acaba de lançar sua primeira marca que traz no rótulo a informação explícita de que se trata de um produto "não-transgênico".

O diretor da companhia, Christopher Allain, confirma que a medida é preventiva: "Existe uma reserva em relação aos transgênicos".

A rejeição de consumidores em toda a Europa, Japão e China está levando as grandes empresas a banir de suas linhas de produção alimentos processados com soja transgênica. Esta crescente rejeição faz da soja convencional uma commodity diferenciada no mercado mundial. 

Voltar ao topo