Emerson e Zé Roberto carregam o piano

O quarteto Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Adriano e Robinho leva a fama, enquanto Zé Roberto e Emerson carregam o piano. A dupla que sustenta o meio-campo brasileiro não se incomoda com o sacrifício e se diz pronta para o último desafio na Copa das Confederações. A missão, nesta quarta-feira, é a de vigiar as passadas e os passes de Riquelme e Sorín, eleitos como jogadores a anular na forte equipe da Argentina.

Zé Roberto e Emerson invocam a experiência que têm na seleção para justificar a calma na véspera da decisão do torneio alemão. Ambos admitem, sem constrangimento, que o esquema mais ofensivo os deixou sobrecarregados, mas não fazem drama em torno da responsabilidade. "Aos poucos, estamos mais adaptados e a tendência é a de facilitar", admite Zé Roberto, que vai para a sétima decisão em dez anos de amarelinha. "Temos de ficar sempre mais atentos", emenda Emerson.

Atenção redobrada porque se trata do maior rival do Brasil. Por isso, não faltam elogios aos argentinos, até como forma de quebrar eventual clima tenso. Os cães-de-guarda do meio-campo também afastam o risco de jogo violento. "Isso não deve acontecer", imagina Zé Roberto.

"Espero que seja jogo agradável de jogar e de ser visto", reconhece. "Uma partida com poucas faltas fica bonita para o público e dá mais prazer para a gente".

Caminho pelo qual envereda também Emerson. O volante da Juventus manda a hipocrisia para escanteio, fala que provocação "faz parte" do futebol e dessa maneira alivia a tensão que cerca o maior clássico do futebol mundial. "Importante é manter a calma", receita. "Se alguém exagerar na marcação ou na violência, espero que seja punido", revela. "A função do árbitro no jogo justamente é a de evitar os excessos".

Zé Roberto enche a bola de Riquelme e Sorín, como faz Parreira desde domingo. Em contrapartida, lembra que os argentinos também têm com quem se preocupar. "E até demais", enfatiza. "Porque nossos atacantes são especiais e sabem definir na hora certa", destaca. "São duas escolas tradicionais, que têm talento e técnica. Por isso, haverá respeito".

Com tato, evitam falar em revanche. Na avaliação dos dois homens de confiança de Parreira, os 3 a 1 de Buenos Aires não podem ser tomados como parâmetro para o duelo desta quarta. "Aquilo já foi", insiste Zé Roberto. "Se vamos falar só do passado, então por que não lembrar que ganhamos da Argentina por 3 a 1, em Belo Horizonte?", questiona. "Agora, será outra história, outra situação", raciocina, com o apoio de Emerson. "Trata-se de competição diferente, é uma final e será em campo neutro", enumera o gaúcho. "Aquele jogo foi no campo deles, com a torcida a favor, com toda a pressão. Aqui, tudo é novo. A conversar será outra também".

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