Embaixador defende lobby do Brasil nos Estados Unidos

Às vésperas de deixar o cargo, o embaixador do Brasil em Washington, Roberto Abdenur, defende uma aproximação com os parlamentares americanos para ampliar a relação comercial. Segundo ele, o Congresso é o segmento americano onde há menos conhecimento sobre o Brasil. Para Abdenur, as missões empresariais em defesa da manutenção do Sistema Geral de Preferências (SGP) promovidas pela Câmara Americana de Comércio (Amcham) devem servir de exemplo para futuras ações conjuntas do empresariado.

O embaixador, que se aposenta após 43 anos no Itamaraty, deu entrevista ao site da Amcham (www.amcham.com.br) na qual afirma que ?um trabalho importantíssimo precisa ser feito de forma mais sistemática, intensa e constante junto ao Congresso americano porque ali é o único segmento do establishment americano onde há menos conhecimento do Brasil, mas não só do nosso País, do mundo exterior em geral?.

?Nós temos de trabalhar melhor o Congresso americano. A embaixada tem se esforçado neste sentido, o Brazil Information Center (BIC), o Wilson Center também. A minha sugestão à Amcham é que, a partir de agora, haja maior coordenação para que o setor privado possa recorrer à contratação de lobby profissional. O lobby é uma atividade legítima, legal e institucionalizada nos Estados Unidos e funcionou muito bem no caso do SGP.?

Abdenur vai deixar a Embaixada do Brasil em Washington no fim de janeiro. ?Eu servi 43 anos, dos 21 aos quase 65 anos, ininterruptamente ao Itamaraty. Mas acho que ao chegar a esta idade, depois de ter ocupado cargos muito importantes – fui secretário-geral, embaixador em Washington, embaixador na China e na Alemanha – é hora de buscar outras atividades. Estou me aposentando, voltarei à minha cidade natal, Rio de Janeiro, mas continuarei a colaborar com o setor privado brasileiro e americano na busca do esforço de aumentar as exportações brasileiras e atrair investimentos para o Brasil.?

Segundo o embaixador, ?a mudança na relação de forças no Congresso americano, com o Partido Democrata mais forte, traz novidades para a política comercial americana, na medida em que os democratas tendem a ser muito exigentes em dois aspectos: direitos trabalhistas e questões ambientais?. ?Eles querem incluir cláusulas sobre estes assuntos em acordos comerciais. Possivelmente tentarão incluir isto em dois acordos assinados recentemente e ainda não aprovados pelo Congresso, com o Peru e com a Colômbia.

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