PLR

Volkswagen mantém proposta de R$ 4,6 mil e greve continua

A greve na Volkswagen de São José dos Pinhais, iniciada na última quinta-feira (05), não tem previsão de terminar. Isso porque, na audiência realizada nesta segunda-feira (09), às 11h, a montadora permaneceu com a mesma proposta da semana passada, R$ 4,6 mil de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2011. Valor esse inferior ao estabelecido para a unidade do ABC paulista, de R$ 5,2 mil.

Nesta terça-feira (10), o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) apresentará aos funcionários da montadora, em assembleia marcada para as 5h, o resultado do encontro. Ao que tudo indica, a greve deve seguir, principalmente após a insatisfação gerada pela repercussão das novas declarações do presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, à imprensa sobre a negociação da PLR. Ele afirmou, categoricamente, ao Estadão que “é melhor parar a fábrica do que pagar o que pedem”. Na semana passada, em Curitiba, o presidente já havia sinalizado que não cederia fácil às pressões dos trabalhadores.  Vale destacar que, incluindo esta segunda-feira, a unidade de São José dos Pinhais já deixou de produzir três mil veículos.

Empresa afirma que desempenho de unidade de São José dos Pinhais foi inferior

No início da noite de segunda-feira (9), a Volkswagen emitiu um comunicado sobre a negociação da PLR em São José dos Pinhais, a qual eles tratam por Plano de Participação nos Resultados (PPR). A empresa comparou o desempenho da unidade de São José dos Pinhais com as de São Bernardo do Campo e Taubaté. Segundo a nota, enquanto o volume de produção das unidades paulistanas cresceu 42% nos últimos quatro anos, o índice em São José dos Pinhais foi de 3%.

A Volkswagen esclareceu também que, entre 2006 e 2010, o salário médio de um horista da Volkswagen em São José dos Pinhais teve alta de 54,4%, índice observado como superior à média da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), e maior que a região do ABC Paulista, onde o crescimento salarial foi de 27,3%. Outro tópico que o comunicado destacou foi sobre a flexibilidade, “somente em 2010, a unidade de Taubaté negociou 36 dias adicionais de produção, a fábrica da Anchieta 26 dias e, enquanto, a de Curitiba apenas um dia”.

Diante dessas considerações a Volkswagen explicou que “permanece aberta a negociar e espera que um acordo possa assegurar a sustentabilidade dessa fábrica frente a um mercado em desenvolvimento e concorrência em expansão”. A empresa ainda reforçou a posição de seu presidente de que se deve “atrelar o pagamento de participação nos resultados a metas de desempenho, assim como ocorre em outras unidades da empresa no País”. A Volks finalizou o comunicado dizendo que passa por esta paralisação “por não poder absorver aumentos de custos maiores do que o seu consumidor aceita pagar em um ambiente tão competitivo”.

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