Vendas no comércio do Paraná cresceram 6,95%

As vendas no comércio do Paraná fecharam o mês de janeiro com crescimento de 6,95%, em comparação com igual mês do ano passado. A atividade de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi a principal responsável pelo bom desempenho, com crescimento de 11,57%. Em nível nacional, o volume de vendas foi um pouco menor (6,24%). No Paraná, a receita nominal cresceu, em janeiro, 13,88%, contra o crescimento nacional de 12,96%. Os dados fazem parte da pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.

Para o pesquisador do IBGE, Reinaldo Silva Pereira, o aumento do emprego e da renda explicam as boas vendas do setor de hiper e supermercados no Estado. Em nível nacional, esse setor apresentou crescimento menor, de 6,33%. Outra atividade que apresentou bom desempenho no Paraná foi combustíveis e lubrificantes: aumento de 2,12%, contra queda nacional média de 1,07%. Para Pereira, o fraco desempenho se deve aos aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis -4,27% em novembro e 4,61% em dezembro de 2004, segundo o IPCA.

Na outra ponta, o Paraná apresentou resultados piores em tecidos, vestuário e calçados – queda de 0,24%, contra aumento de 4,15% no País -, livros, jornais, revistas e papelaria – queda tanto no Estado como em nível nacional, de 16,58% e 7,62%, respectivamente -, materiais de construção – crescimento de 0,97% no Estado e de 1,06% no País – e outros artigos de uso pessoal e domésticos – queda de 2,71% no Paraná, contra aumento de 11,59% no País. Outro setor que teve melhor desempenho em nível nacional do que no Estado foi o de veículos, motocicletas, partes e peças, com aumento de 18,34% e 11,38%, respectivamente.

No País, o setor de móveis e eletrodomésticos foi o destaque do comércio varejista, com variação de 19,59%. No Paraná, o crescimento foi mais modesto, de 9,61%. O bom desempenho se deve sobretudo à melhoria nas condições de crédito e da massa de salários, além do desempenho da economia em 2004, caracterizado por certa estabilidade, o que possibilitou um maior planejamento por parte dos consumidores. Com esse cenário, o segmento apresentou a maior taxa de variação acumulada em 12 meses (26,37%) dentre todas as atividades pesquisadas.

Em relação às Unidades da Federação, apenas duas apresentaram variações negativas no volume de vendas: Tocantins (-4,34%) e Roraima (-3,82%). As seis maiores taxas mensais vieram de Alagoas (23,47%); Rio Grande do Norte (18,77%); Pernambuco (13,36%); Maranhão (13,27%); Bahia (12,59%) e Paraíba (12,49%). Já os maiores impactos na formação da taxa global do varejo foram de São Paulo (5,16%); Minas Gerais (8,53%); Bahia (12,59%); Paraná (6,95%); Rio Grande do Sul (4,55%) e Santa Catarina (8,17%).

Metodologia

A PMC (Pesquisa Mensal de Comércio) é realizada mensalmente pelo IBGE em todo o País. Para mensurar o desempenho do setor, o IBGE apura a receita bruta de revenda das empresas varejistas formais com 20 ou mais pessoas ocupadas. Ao todo, são 9 mil informantes em todo o País. 

Sinais são de desaceleração

O resultado das vendas do comércio em janeiro dá sinais de desaceleração. Em dezembro, as vendas cresceram 11,42% na comparação com dezembro do ano anterior.

O IBGE atribui o resultado à melhora na base de comparação, já que o crescimento expressivo de 2004 foi beneficiado pelos fracos resultados de 2003.

Assim como a indústria, a expansão do ano passado foi liderada pelos chamados bens de consumo duráveis, como móveis e eletrodomésticos. No fim do ano, no entanto, com o fim do ciclo de crédito, a tendência é que esse perfil comece a mudar.

O consumidor pode passar a dar preferência a itens como alimentação e vestuário, mais dependentes de salário do que de crédito. Isto porque há um limite de endividamento das famílias. No ano passado, muitos consumidores decidiram arcar com compras a prazo e ainda não estão prontos para enfrentar novas prestações.

A mudança no cenário macroeconômico também interfere no desempenho das vendas. O crédito tende a ficar mais caro com o ciclo de aumento da taxa básica de juros. Desde setembro, o Banco Central já elevou os juros seis vezes e o mercado aposta em mais uma elevação no resultado a ser divulgado nesta quarta-feira. A Selic passou de 16% em setembro para 18,75% ao ano em fevereiro.

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