Vasp paga adiantado e Infraero libera vôos

Brasília – Diante do depósito antecipado de R$ 63 mil, realizado ontem, a Infraero autorizou a Vasp a fazer pousos e decolagens nos aeroportos administrados por ela. A exigência de pagamento antecipado foi feita em função do atraso no pagamento de uma dívida de R$ 11 milhões relativos a taxas aeroportuárias e de operações nos aeroportos nos últimos seis meses.

Em virtude do ultimato que a Infraero deu à Vasp, a companhia aérea havia proposto pagar os R$ 11 milhões em 12 vezes, o que foi recusado pela diretoria da Infraero. A Infraero já encaminhou a dívida para o seu departamento jurídico para que a cobrança seja feita na Justiça.

Embora não seja confirmado oficialmente, corre a informação de que o presidente da Vasp, Wagner Canhedo, iria procurar o Ministério da Defesa para propor o pagamento da dívida de R$ 11 milhões em seis vezes. Se a proposta for apresentada, ela terá que ser avaliada pela diretoria-executiva e pelo conselho administrativo da Infraero, o mesmo que recusou o pagamento em 12 vezes.

O Ministério da Defesa informou que o ministro José Viegas não estaria no Ministério ontem. Na semana passada, Canhedo esteve tentando negociar sua dívida no Ministério da Defesa e na Casa civil e, em ambos os casos, não conseguiu a prorrogação do pagamento da dívida.

Pedido de funcionários

Um grupo de cerca de 20 funcionários da Vasp entregou ontem, na Casa Civil, um abaixo-assinado pedindo ao governo federal a preservação da empresa, a manutenção dos nove mil empregos diretos gerados pela companhia e tratamento semelhante ao dado à Varig. No documento, os funcionários pedem que “cesse o tratamento desigual que vem sendo imposto à Vasp e a seu proprietário, Wagner Canhedo”, e pede a ampliação do prazo para pagamento da dívida da empresa e para que os aviões da empresa continuem voando.

O grupo foi recebido pelo assessor especial da Casa Civil Rogério Sottile, que ficou de encaminhar o documento ao ministro José Dirceu. O mesmo documento foi entregue ao Ministério da Defesa e à Infraero. O grupo pretende ir aos presidentes do Senado, José Sarney, da Câmara, João Paulo Cunha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, e do Supremo Tribunal Federal (STF), Nelson Jobim, nesta quinta-feira. Segundo os funcionários, o documento tem quase sete mil assinaturas.

“Viemos pedir o reconhecimento da importância da Vasp no mercado de aviação civil. Essa é uma empresa que está há 70 anos no mercado. Vivemos num momento de desemprego e imagine como ficará sem uma empresa que gera nove mil empregos”, afirmou Edileine Sanches, representante dos comissários da Vasp.

O diretor-técnico da Vasp e funcionário mais antigo da empresa, Roberto Cossi, disse que os os problemas financeiros não são exclusividade da Vasp e várias companhias ao redor do mundo estariam passando por situação semelhante. O grupo de funcionários estava acompanhado da atriz Elizabeth Savalla, que representa os atores que têm patrocínio da Vasp. A atriz diz que viaja há dezoito pela Vasp e destacou a importância da empresa para o meio teatral. “A empresa é de fundamental importância para que continuemos trabalhando. Sem apoio de empresa aérea é impossível viajar pelo País”, afirmou.

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