Três unidades paranaenses do Frigorífico Margen – ameaçado de fechamento por causa da prisão de dirigentes, envolvidos em fraudes em impostos – retomaram as suas atividades ontem. Uma delas, situada em Paranavaí, já está realizando abates. A outra, em Maringá, conta com o pessoal de manutenção e limpeza para deixar tudo pronto para a volta das atividades a partir de segunda-feira. A unidade de Lupionópolis também está se preparando para operar, segundo a empresa. O Margen acredita que tudo estará normalizado em 60 dias. As três unidades empregam 1,3 mil trabalhadores.
Apenas a segunda unidade de Maringá ainda está com a sua situação indefinida. Esta parte da empresa, conhecida como Frigorífico Amambaí, pode voltar a ser controlada pelo antigo dono em conjunto com outro grupo. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentação de Maringá e Região, Rivail Assunção da Silveira, explica que os trabalhos deverão ser retomados entre 15 e 20 dias. Os 950 funcionários desta sede receberam os salários normalmente e não correm o risco de serem demitidos, conforme acordo firmado em reunião no Ministério do Trabalho, em Brasília. "O Amambaí está passando por uma ampliação da sede para a desossa dos animais. Se isso se concretizar, mais 80 pessoas poderão ser contratadas", afirma.
Em função da incerteza que ainda ronda a unidade, uma assembléia com seus funcionários será realizada na próxima quarta-feira. "Vamos conversar com os trabalhadores sobre a posição do frigorífico. A gente vai propor a antecipação das férias coletivas para dar tempo à empresa de se reestruturar. Uma assembléia estava marcada para hoje (ontem), mas foi cancelada porque o frigorífico quer fazer uma reorganização da parte financeira. Talvez a produção seja retomada logo se a empresa verificar que isso é possível", comenta Silveira. Os empregados já foram avisados sobre a volta ao trabalho, mas estão aguardando em casa uma posição da empresa. Apenas 150 deles, das áreas de limpeza e manutenção, já retornaram ao frigorífico.
O grupo Margen está acertando as dívidas com os pecuaristas e novas compras de animais começam a ser programadas. As quatro unidades instaladas no Paraná possuem capacidade para abater cerca de 2 mil cabeças de gado por dia. (Joyce Carvalho)