União Europeia abre negociação para adesão da Islândia

Os chanceleres da União Europeia (UE) aprovaram nesta segunda-feira a abertura das negociações para a adesão da Islândia ao bloco, mas em meio a dúvidas crescentes sobre o apoio público na ilha ao processo. A UE concordou com uma “estrutura de negociações” e está “olhando em frente para a sessão de abertura da conferência intergovernamental” na terça-feira, quando começará o cuidadoso e lento processo de harmonizar as leis e políticas do país com a do bloco.

Contudo, diferenças com a Islândia, principalmente sobre a caça às baleias e o colapso bancário islandês, que atingiu investidores britânicos e holandeses, se somaram a uma série de indicações de que o entusiasmo na ilha do Atlântico Norte em aderir à UE é escasso.

A Islândia apresentou seu pedido de adesão em 16 de julho do ano passado, no auge da crise financeira que dizimou seu setor bancário, o levando a buscar refúgio econômico na União Europeia e no euro.

“Você têm de desejar aderir à Europa”, disse o ministro francês de assuntos europeus, Pierre Lellouche, na sua chegada a Bruxelas para uma reunião que tinha foco, inicialmente, em sanções mais duras contra o Irã e em atrair a Sérvia em direção à UE.

“Eu não tenho a impressão, a partir das pesquisas, de que o povo islandês é em sua maioria favorável em aderir à UE, esse é o problema”, disse Lellouche. No mês passado, uma pesquisa de opinião mostrou que a maioria dos islandeses queria que o seu governo abandonasse o pedido de adesão à UE.

“Nós estamos muito favoráveis à adesão da Islândia, naturalmente. Mas sob as mesmas condições que as adesões de outros candidatos e também sob a condição de que os próprios islandeses queiram isso”, disse Lellouche.

A Islândia, que formalmente já está ligada à economia da União Europeia, seria, caso aprovada, o 29º país membro do bloco, após a Croácia, que disse esperar finalizar as negociações até o fim deste ano e virar o 28º país do bloco até 2012. Se isso ocorrer, a Croácia pulará na frente de candidatos que aguardam a adesão há muito mais tempo, como a Turquia e outros países nos Bálcãs.

Contudo, a população islandesa, de 300 mil habitantes, ainda precisará concordar em aderir ao bloco em um referendo – e os diplomatas têm longas memórias do que aconteceu com a Noruega, que rejeitou em plebiscito por duas vezes, em 1972 e em 1984, a adesão ao bloco europeu. Uma nova pesquisa publicada nesta segunda-feira mostrou que dois a cada três noruegueses são contrários em aderir à UE. As informações são da Dow Jones.

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