TRT define reajuste de 8,48% para metalúrgicos da GM de São José, diz sindicato

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª região, em Campinas, determinou nesta quarta-feira, 11, reajuste de 8,48% dos salários dos metalúrgicos da General Motors (GM) da fábrica de São José dos Campos. A informação é do Sindicato dos Metalúrgicos de São José.

O julgamento aconteceu na tarde de hoje e é referente à ação de dissídio coletivo ajuizada pelo sindicato, referente à campanha salarial do ano passado. De acordo com a entidade, o porcentual será aplicado aos salários de forma retroativa, desde setembro de 2014.

O índice de 8,48% representa a reposição da inflação do período de setembro de 2013 a agosto de 2014, calculado em 6,35%, mais cerca de 2% de aumento real. Segundo o sindicato, o porcentual foi proposto pelo Ministério Público do Trabalho e acatado pelos trabalhadores durante assembleia ontem.

“O Sindicato e os trabalhadores da GM saíram vitoriosos, já que a empresa não queria dar nenhum centavo de aumento real, como fez em suas outras plantas no País”, comemorou o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros, o Macapá, em nota à imprensa.

Procurada, a assessoria de imprensa do TRT confirmou que a ação de dissídio tinha sido julgada na tarde de hoje, mas disse que, como a sessão de julgamento ainda estava em andamento, não poderia confirmar o porcentual de reajuste. A GM informou que não iria se pronunciar.

Ajuste de excedentes

A GM terá de conceder reajuste salarial com aumento real no momento de crise para as montadoras no Brasil, quando a maioria tenta adequar produção à fraca demanda. Na fábrica de São José da montadora, 473 funcionários entraram em lay-off na última segunda-feira, por três meses.

A suspensão dos contratos foi um dos pontos acordados entre a montadora e o sindicato para encerrar a greve realizada no fim de fevereiro na unidade. A paralisação tinha sido decretada em protesto contra uma proposta da empresa de demitir cerca de 800 trabalhadores da unidade, após lay-off.

Além da suspensão, a GM também tem recorrido à abertura de Programa de Demissão Voluntária (PDV), chegando a oferecer carros na negociação. Segundo a empresa disse ao TRT, o último PDV só alcançou 97 trabalhadores da fábrica de São José dos Campos.

Voltar ao topo