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Trajetória de déficit fiscal foi retomada em novembro, diz BC

O chefe-adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Renato Baldini, explicou nesta terça-feira, 27, que o déficit primário de R$ 39,1 bilhões registrado em novembro representa a retomada da trajetória dos resultados fiscais apresentados pelo setor público neste ano.

Em outubro, houve um superávit de R$ 39,6 bilhões, motivado pela entrada de receitas extraordinárias relativas ao programa de repatriação. Também por essa razão, houve superávit nominal de R$ 3,4 bilhões em outubro, mas a trajetória anterior foi retomada em novembro, com déficit nominal de R$ 80,4 bilhões.

“Foi uma receita extraordinária bastante expressiva, com resultado primário inverso ao que vinha sendo observado”, afirmou Baldini. “Agora, em novembro, não tivemos receitas extraordinárias.”

O déficit primário apresentado em novembro foi o mais alto para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. Em novembro do ano passado, o déficit foi de R$ 19,6 bilhões.

O déficit primário verificado entre janeiro e novembro, de R$ 85,1 bilhões, foi o mais alto da série para o período. Até então, o pior resultado havia sido apresentado no ano passado, com déficit de R$ 39,5 bilhões.

No acumulado dos últimos 12 meses, houve déficit de R$ 156,8 bilhões, o que representou 2,5% do PIB. Tanto o valor quanto o porcentual do PIB foram os mais altos desde setembro deste ano, quando o déficit acumulado foi de R$ 188,3 bilhões, ou 3,04% do PIB, de acordo com Baldini.

O gasto com juros nominais atingiu R$ 41,3 bilhões em novembro, ante R$ 36,2 bilhões em outubro. De acordo com Baldini, essa diferença se deve o resultado das operações com swaps cambiais. Em outubro, os swaps geraram um ganho líquido de R$ 2,4 bilhões, mas, em novembro, houve perda líquida de R$ 3,9 bilhões.

No acumulado do ano, os gastos com juros nominais atingiram R$ 372,5 bilhões, ante R$ 449,7 bilhões entre janeiro e novembro de 2015. Nesse caso, a diferença também pode ser explicada pelas operações com swaps cambiais, que geraram perda de R$ 81,9 bilhões no ano passado e ganho de R$ 71,7 bilhões neste ano.

Baldini destacou que as operações de swaps não têm objetivo de ganho ou perda. “O que se espera dessas operações é proteção para os agentes econômicos.”

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