Trabalhadores querem criar nova central

O auditório da Federação dos Trabalhadores em Agricultura do Estado do Paraná (Fetaep) recebeu ontem, em Curitiba, a plenária estadual do Movimento Pró-Central Classista e Democrática. A iniciativa é o embrião para a fundação da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), surgida a partir da saída de centenas de organizações da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras federações.

Além de esclarecer possíveis dúvidas dos dirigentes de base, a plenária também serviu para a escolha de uma comissão estadual provisória, que vai representar a CTB no Estado. Outro encontro realizado na quinta-feira, também na capital paranaense, serviu para a elaboração do esboço de estatuto da nova central, que será discutido em Belo Horizonte (MG) nos dias 12, 13 e 14 de dezembro.

De acordo com o coordenador nacional da Corrente Sindical Classista (CSC), João Batista Lemos, a CTB vai ser a união de trabalhadores em busca de uma central sindical ?democrática, plural e classista, que aponta para uma sociedade socialista e unitária?. Segundo ele, o rompimento com a CUT ocorreu porque ela teria se tornado partidária, atendendo apenas aos interesses do Partido dos Trabalhadores (PT).

Além da luta pela valorização do trabalho, Lemos ressalta ainda uma das bandeiras a serem levantadas pela CTB. ?Defendemos a organização de uma Conclat (Conferência Nacional da Classe Trabalhadora) onde poderemos unir as centrais e construir uma identidade da classe e de seu protagonismo na definição dos rumos do País?, afirmou.

Paraná

No Estado, a CTB vai congregar a Fetaep, com 250 sindicatos na base e 1.200 mil associados e a Federação dos Trabalhadores na Indústria no Estado do Paraná (Fetiep), que representa 280 mil trabalhadores. Além das federações, também estão presentes os sindicatos de setores como alimentação, vestuário, borracha, setores dos bancários e fumo, bebidas e chocolates. O Estado terá 80 representantes no congresso de criação da central, a ser realizado em Minas Gerais.

Para o presidente da Fetaep, Ademir Mueller, a CTB nasce ?não para ser a maior, mas para ser a melhor central sindical?. Segundo ele, a intenção não é rivalizar com as outras entidades e disputar associados. ?Nosso grande mérito é unir campo e cidade na discussão da questão trabalhista?, afirmou.

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