Trabalhadores da Vale Inco fazem protesto no Canadá

Em greve desde 12 de julho, os trabalhadores da Vale Inco, subsidiária da Vale no Canadá, estão fazendo uma manifestação hoje em um estádio de hóquei em Sudbury com a participação de centrais sindicais do Canadá, do Brasil, da Indonésia e da Austrália, países em que a Vale atua.

Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva Santos, que participa do evento, mais de 2 mil pessoas estão presentes no protesto em Subdury, onde a Vale opera minas e unidades de beneficiamento de níquel.

Depois de uma passeata, haverá uma sessão do novo filme do cineasta Michael Moore, “Capitalismo: Uma História de Amor”, que critica o modelo econômico atual. Ontem foram realizados piquetes contra a entrada de caminhões em minas da Vale Inco, de acordo com a CUT.

O principal ponto de discordância entre a Vale Inco e seus trabalhadores diz respeito ao plano de aposentadoria dos funcionários. A Vale pretende mudar o formato atual, que é de “benefício definido” para o sistema de contribuição definida.

No primeiro mecanismo, o trabalhador tem garantias sobre quanto vai receber no final, enquanto no segundo modelo, apenas o valor da contribuição é estipulado. “No mecanismo de contribuição definida, o risco fica com o trabalhador”, afirmou Santos, por telefone, do Canadá.

Uma das preocupações da CUT neste momento, segundo ele, é separar a imagem da Vale da imagem do Brasil entre os canadenses próximos à Vale Inco. Segundo Santos, a tentativa da mineradora de alterar os direitos dos trabalhadores gerou uma percepção negativa em relação ao Brasil.

“O clima está muito ruim na cidade”, disse. A posição defendida pela Vale é de que as mudanças são necessárias para que o negócio seja sustentável em todos os ciclos de preço do níquel, que é cotado na Bolsa de Metais de Londres (LME).