Trabalhadores cortarão horas extras e atacam plano da Volks

São Paulo (AE) – Depois de 2h30 de reunião, o Comitê Nacional dos Trabalhadores da Volkswagen, formado por representantes das cinco unidades da montadora no Brasil, decidiu que não negociará as propostas apresentadas no plano de recuperação da empresa. Os trabalhadores acreditam que o plano é uma ?precarização? do direito do trabalho. Serão demitidos 5.773 funcionários em três fábricas -São Bernardo do Campo, Taubaté e São José dos Pinhais. ?Estamos no século XXI e a Volkswagen quer uma relação de trabalho do século XVIII?, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, José Lopez Feijóo.

Os trabalhadores também decidiram negociar o fim das horas extras. Segundo o comitê, nos próximos 20 dias este assunto será articulado junto aos trabalhadores das cinco unidades da montadora e, a partir daí, não serão feitas mais horas extras. O objetivo desta decisão, segundo o comitê, é reduzir a formação dos estoques da empresa e, em seguida, decretar greve a qualquer momento.

Os trabalhadores também não aceitaram participar do ?clima de competição? estimulado pelo plano da montadora. O fato é que a empresa, para incentivar a competição entre as unidades, quer produzir cada modelo na unidade em que a produção apresentar os menores custos. Os cortes pretendidos no plano de reestruturação da Volkswagen deverão ocorrer num prazo de dois anos. Com as demissões, a montadora alemã que hoje detém 22,3% de participação no mercado brasileiro de veículos, enxugará seu quadro de funcionários, atualmente de 24 mil pessoas, em 25%. Só neste ano, 3.016 trabalhadores devem perder o emprego.

Um dos motivos alegados pela empresa para as demissões é a valorização do real frente ao dólar e ao euro, o que teria prejudicado as exportações do grupo, principalmente do modelo Fox, fabricando em São Bernardo do Campo exclusivamente para exportação.

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