Trabalhador terá crédito pagando juro menor

A partir de hoje, os trabalhadores brasileiros das empresas privadas poderão buscar empréstimos com juros bem mais baixos que os oferecidos atualmente por bancos e financeiras. A nova modalidade de crédito que permitirá esse avanço foi regulamentada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em solenidade no Palácio do Planalto, e prevê que o pagamento desses empréstimos será feito com o desconto direto na folha de pagamento.

Ou seja, o trabalhador ja vai receber seu salário com o valor da parcela de empréstimo devida ao banco já descontada. Dessa forma, como o risco de calote torna-se praticamente nulo, os bancos prometem oferecer nessa linha de financiamento juros bem abaixo do mercado.

A expectativa da CUT, por exemplo, é de que as taxas fiquem entre 2% e 3% ao mês, muito abaixo dos juros de até 15% cobrados atualmente pelas financeiras e bancos.

Condições

De acordo com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, um dos autores da idéia que levou à regulamentação dessa nova modalidade de financiamento, a Medida Provisória assinada ontem por Lula “saiu exatamente como as centrais sindicais defenderam”. Os empréstimos deverão ser negociados entre bancos e centrais sindicais, ou bancos e empresas ou diretamente pelos trabalhadores.

O prazo dos empréstimos é de 24 meses. Não há limite para taxa de juros, que será negociada com os bancos.

Para os casos de demissão, a Medida Provisória, que será publicada hoje no Diário Oficial da União, abre espaço para negociação. Uma das propostas, segundo Marinho, é de que até 30% do valor a ser recebido na rescisão do contrato possa ser utilizado para amortização da dívida.

Promessa

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Associações de Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, afirmou que a medida é “significativa para o aumento do crédito para pessoa física”. Na solenidade do Palácio do Planalto, Ferreira disse que os bancos já estão a postos para começar a buscar os clientes para essa “importante forma de crédito”.

Como funciona o programa

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão disponibilizar, a partir de hoje, empréstimos a juros mais baixos que os cobrados pelo mercado para compra de fogões, geladeiras, máquinas de lavar e televisores. Os clientes poderão contratar de R$ 100 a R$ 900 para pagar no prazo máximo de 36 meses a uma taxa de juros de 2,53% ao mês.

Para fazer a operação, no entanto, é preciso ter conta bancária em qualquer um dos bancos oficiais.

O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, disse que o cliente poderá até mesmo ter uma conta simplificada (que é movimentada apenas por cartão magnético). Mas será feita uma análise de crédito da operação. Se o cliente tiver o nome no Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos S.A.), por exemplo, estará impedido de contratar o crédito.

O cliente com crédito pré-aprovado do BB poderá fazer a operação direto nos terminais de auto-atendimento ou pela internet. No momento da contratação, a taxa de juros será de 5,30% ao mês. Para reduzir a taxa para 2,53% ao mês, o cliente terá cinco dias para levar a nota fiscal de compra do produto ao banco e comprovar que a linha de crédito foi utilizada para aquele fim específico.

Agora falta atender os aposentados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a intenção do governo é estender os empréstimos com desconto em folha para os trabalhadores aposentados. Segundo ele, estudos para viabilizarem essa medida já estão sendo feitos e, se o INSS não estiver pronto para operacionalizar esses empréstimos, deverá se preparar.

Lula disse que o acordo fechado entre trabalhadores, governo, bancos e empresas para permitir empréstimos a juros mais baixos, com a garantia dos salários, foi “uma troca esperta, inteligente e oportuna”.

“Vocês (trabalhadores) estão oferecendo ao sistema financeiro o que há de mais sagrado que é o salário do final de mês. O risco para o banco é zero”, disse Lula.

O presidente disse que o movimento sindical precisa “jogar duro” para que as taxas de juros dessas operações sejam compatíveis com a necessidade do trabalhador.

“Estamos tentando mostrar que se a gente não consegue pegar o peixe grande é possível pegar vários peixes pequenos e fazer uma caldeirada”, disse.

Lula aproveitou para fazer um apelo aos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. “Por favor, mantenham os caixas abertos, porque vamos precisar de muito dinheiro”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse que a medida anunciada ontem não teve origem no governo, mas foi uma idéia levantada pelo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, para que os sindicatos saíssem da condição de críticos dos juros altos e pudessem negociar com os bancos taxas mais baixas.

Palocci destacou que o início da negociação foi difícil pois os bancos queriam o oposto do que as centrais sindicais pretendiam. No entanto, foi possível chegar a um acordo que deve beneficiar os trabalhadores.

Trabalhador terá crédito pagando juro menor

A partir de hoje, os trabalhadores brasileiros das empresas privadas poderão buscar empréstimos com juros bem mais baixos que os oferecidos atualmente por bancos e financeiras. A nova modalidade de crédito que permitirá esse avanço foi regulamentada ontem pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em solenidade no Palácio do Planalto, e prevê que o pagamento desses empréstimos será feito com o desconto direto na folha de pagamento.

Ou seja, o trabalhador ja vai receber seu salário com o valor da parcela de empréstimo devida ao banco já descontada. Dessa forma, como o risco de calote torna-se praticamente nulo, os bancos prometem oferecer nessa linha de financiamento juros bem abaixo do mercado.

A expectativa da CUT, por exemplo, é de que as taxas fiquem entre 2% e 3% ao mês, muito abaixo dos juros de até 15% cobrados atualmente pelas financeiras e bancos.

Condições

De acordo com o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, um dos autores da idéia que levou à regulamentação dessa nova modalidade de financiamento, a Medida Provisória assinada ontem por Lula “saiu exatamente como as centrais sindicais defenderam”. Os empréstimos deverão ser negociados entre bancos e centrais sindicais, ou bancos e empresas ou diretamente pelos trabalhadores.

O prazo dos empréstimos é de 24 meses. Não há limite para taxa de juros, que será negociada com os bancos.

Para os casos de demissão, a Medida Provisória, que será publicada hoje no Diário Oficial da União, abre espaço para negociação. Uma das propostas, segundo Marinho, é de que até 30% do valor a ser recebido na rescisão do contrato possa ser utilizado para amortização da dívida.

Promessa

O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Associações de Bancos), Gabriel Jorge Ferreira, afirmou que a medida é “significativa para o aumento do crédito para pessoa física”. Na solenidade do Palácio do Planalto, Ferreira disse que os bancos já estão a postos para começar a buscar os clientes para essa “importante forma de crédito”.

Como funciona o programa

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal vão disponibilizar, a partir de hoje, empréstimos a juros mais baixos que os cobrados pelo mercado para compra de fogões, geladeiras, máquinas de lavar e televisores. Os clientes poderão contratar de R$ 100 a R$ 900 para pagar no prazo máximo de 36 meses a uma taxa de juros de 2,53% ao mês.

Para fazer a operação, no entanto, é preciso ter conta bancária em qualquer um dos bancos oficiais.

O presidente da Caixa, Jorge Mattoso, disse que o cliente poderá até mesmo ter uma conta simplificada (que é movimentada apenas por cartão magnético). Mas será feita uma análise de crédito da operação. Se o cliente tiver o nome no Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos S.A.), por exemplo, estará impedido de contratar o crédito.

O cliente com crédito pré-aprovado do BB poderá fazer a operação direto nos terminais de auto-atendimento ou pela internet. No momento da contratação, a taxa de juros será de 5,30% ao mês. Para reduzir a taxa para 2,53% ao mês, o cliente terá cinco dias para levar a nota fiscal de compra do produto ao banco e comprovar que a linha de crédito foi utilizada para aquele fim específico.

Agora falta atender os aposentados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que a intenção do governo é estender os empréstimos com desconto em folha para os trabalhadores aposentados. Segundo ele, estudos para viabilizarem essa medida já estão sendo feitos e, se o INSS não estiver pronto para operacionalizar esses empréstimos, deverá se preparar.

Lula disse que o acordo fechado entre trabalhadores, governo, bancos e empresas para permitir empréstimos a juros mais baixos, com a garantia dos salários, foi “uma troca esperta, inteligente e oportuna”.

“Vocês (trabalhadores) estão oferecendo ao sistema financeiro o que há de mais sagrado que é o salário do final de mês. O risco para o banco é zero”, disse Lula.

O presidente disse que o movimento sindical precisa “jogar duro” para que as taxas de juros dessas operações sejam compatíveis com a necessidade do trabalhador.

“Estamos tentando mostrar que se a gente não consegue pegar o peixe grande é possível pegar vários peixes pequenos e fazer uma caldeirada”, disse.

Lula aproveitou para fazer um apelo aos presidentes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil. “Por favor, mantenham os caixas abertos, porque vamos precisar de muito dinheiro”, afirmou.

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, disse que a medida anunciada ontem não teve origem no governo, mas foi uma idéia levantada pelo presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Luiz Marinho, para que os sindicatos saíssem da condição de críticos dos juros altos e pudessem negociar com os bancos taxas mais baixas.

Palocci destacou que o início da negociação foi difícil pois os bancos queriam o oposto do que as centrais sindicais pretendiam. No entanto, foi possível chegar a um acordo que deve beneficiar os trabalhadores.

Construtores também querem estímulo

“A construção civil, setor que amarga queda na produção e na oferta de emprego nos últimos três anos, também precisa de maiores estímulos à produção e de condições adequadas de financiamento ao comprador de imóvel”, disse o presidente do Sinduscon-PR, Ramon Andres Doria, ao avaliar o megaprograma de incentivo à indústria de eletrodomésticos que o governo federal anunciou ontem.

Inegavelmente, disse Ramon Doria, são positivas as iniciativas do governo visando melhorar o crédito da baixa renda (financiamento do microcrédito) e a compra de eletrodomésticos, até porque são medidas que favorecem a classe social que mais sofre com as elevadas taxas de juros praticadas no País. No entanto, o empresário disse “lamentar que a construção civil não receba do governo a mesma atenção e tratamento que vêm recebendo a indústria automotiva, beneficiada com a redução de impostos e, agora, os fabricantes de eletrodomésticos com o pacote de R$ 400 milhões para estimular as vendas”.

A criação do Ministério das Cidades e a vontade declarada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde a campanha eleitoral, de incentivar a construção civil, fortaleceu a esperança do empresariado num reaquecimento do setor ainda em 2003. Mas eles reclamam que os recursos, apesar de programados, se perdem no complexo processo de operacionalização da Caixa Econômica Federal e não chegam ao seu destino que é a produção de novas habitações e o financiamento ao comprador de imóvel.

De acordo com Doria, levantamentos do setor mostram que nos últimos três anos houve queda de 60% a 70% no volume de aplicação de recursos na produção imobiliária. O setor da construção, através de sua entidade nacional, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, está debatendo com a Caixa diversas propostas e soluções que, se devidamente implantadas, deverão garantir a efetivação dos programas. “É uma questão de urgência – declara o presidente do Sinduscon-PR – se os recursos não atingirem a linha de frente, o primeiro ano do governo do presidente Lula vai exibir os piores resultados da Caixa Econômica Federal no segmento habitacional desde 1998, quando ela voltou a atuar no financiamento da moradia”.

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