A taxa de juros que serve como referência para os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) foi mantida em 9,75% ao ano. Essa taxa vale para o segundo trimestre do ano – abril a junho. A decisão foi tomada ontem pelo CMN, que trimestralmente decide a taxa da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Ela está no mesmo nível desde abril de 2004 – a taxa no trimestre anterior era de 10%.
?Não houve algo que levasse a propor qualquer alteração, explicou o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy. A TJLP é calculada, trimestralmente, com base no comportamento do risco-país – que reflete os juros pagos pelo Brasil para obter empréstimos no exterior – e da inflação. Segundo Darcy, a inflação ficará em 5,5%. Já o prêmio de risco será de 425 pontos, ou 4,25%. Esses valores são os mesmo do trimestre anterior.
A expectativa de inflação do CMN está acima do objetivo perseguido pelo BC, que é uma inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 5,1%. ?O conselho não é obrigado a seguir matematicamente os parâmetros de inflação?, disse o diretor. Ainda de acordo com Darcy, todos os fatores da economia são levados em conta para a fixação da TJLP.
Taxa alta
O patamar da TJLP foi um dos pontos criticados por Carlos Lessa quando ocupava a presidência do BNDES. Lessa, demitido em novembro, defendia que a taxa fosse reduzida para 8% ao ano. A idéia era estimular os investimentos no País.
A TJLP serve como referência dos empréstimos do banco, que tem como principal fonte de recursos o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). O orçamento do BNDES para este ano é de R$ 60,8 bilhões. O setor produtivo também defende uma redução no custo dos financiamentos de longo prazo.