Tesouro reforça o caixa para o ano de eleições

O governo já está preparado para enfrentar possíveis turbulências no mercado de títulos em 2010. Com a aproximação do ano eleitoral, a equipe que gerencia a dívida pública federal conta com uma reserva equivalente a mais de seis meses de vencimentos, praticamente o dobro do volume reservado em 2002, quando a iminência da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva provocou uma série de ruídos nos mercados locais. “Vamos manter a estratégia não porque 2010 é um ano eleitoral, mas porque foi essa a estratégia que levou o País a estar sempre pronto para situações difíceis”, disse Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional.

O Tesouro tem por objetivo reduzir gradativamente o volume de papéis atrelados à variação da taxa básica de juro e aumentar a participação dos títulos com rendimento prefixado e atrelados à inflação. Os papéis prefixados são considerados melhores para a administração da dívida, uma vez que o Tesouro sabe exatamente quanto terá de pagar aos investidores logo quando vende o papel.

Como seguro, o governo mantém uma reserva de recursos – conhecida como colchão de liquidez – que pode ser usada para comprar títulos que estão vencendo em períodos em que o mercado passa a exigir retornos muito altos para comprar papéis. “Temos uma situação de colchão de liquidez muito confortável e vamos mantê-la.”

Ele evitou revelar o valor exato da reserva, mas assegurou que o dinheiro guardado permite ao governo, no extremo, ficar sem vender títulos por mais de seis meses. “Temos um colchão que é mais que o dobro da média histórica”. Em 2002, o Tesouro mantinha em caixa o equivalente a três meses de vencimento para esse uso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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