Tesouro quer emitir US$ 1 bilhão até o fim do ano

O Tesouro Nacional pretende emitir até US$ 1 bilhão em títulos da dívida brasileira até o final do ano. A informação foi confirmada pelo secretário do Tesouro, Joaquim Levy, em encontro com investidores europeus. “Temos um alvo de US$ 1 bilhão e esperamos cumprir isso até o Natal”, disse Levy a repórteres após uma apresentação para investidores em Londres, segundo a agência Reuters.

Levy chegou à Europa esta semana para uma série de encontros com investidores. Cogita-se que as reuniões são uma espécie de “roadshow” (apresentação) de um novo bônus da dívida brasileira.

No mercado financeiro nacional, as especulações são de que o Brasil pretende emitir títulos em euro, o que ainda não aconteceu durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Levy, no entanto, não detalhou a operação e disse que a moeda em que será feita a emissão dependerá do mercado. “Isso realmente depende do mercado, seja em euro ou em dólar.”

Para os analistas do mercado financeiro, esse é um momento “favorável” para a venda de títulos brasileiros no exterior. Motivos: recuperação da economia e expectativa de alta dos juros.

A última captação externa do Brasil foi feita no dia 7 de julho, no valor de US$ 750 milhões com emissão de papéis de dez anos. Foi a oitava operação realizada pelo governo Lula, que ainda não fez nenhuma emissão de bônus em euro.

Dívida

Na segunda-feira, o Banco Central anunciou que pretende resgatar toda a dívida do governo atrelada ao câmbio, de US$ 1,073 bilhão, que vence dia 16 de setembro.

A decisão do BC não causou surpresa, pois a maior parte do mercado já esperava que a dívida não fosse rolada, por conta da perspectiva de entrada de moeda estrangeira no País por meio de captações externas.

Esse será o único vencimento do mês de setembro. O próximo vencimento está previsto para o dia 1.º de outubro, no valor de US$ 452 milhões.

Inflação

A uma semana da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que irá decidir o futuro da taxa básica de juros do País, o diretor da área internacional do Banco Central, Alexandre Schwartsman, que também está na Europa, disse que o banco tem de “domar” a inflação.

“No fim das contas, o Banco Central ainda tem que desinflacionar a economia mais do que fez nos últimos dois trimestres. Ainda há algum trabalho a ser feito, não somente para domar a inflação mas, mais importante, as expectativas de inflação”, disse Schwartsman, segundo informações veiculadas pela agência Reuters.

Schwartsman fez a declaração em encontro com investidores em Londres. Ele viajou para a Europa acompanhado do secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy.

Na próxima semana, nos dias 14 e 15, a diretoria do BC se reúne para decidir o futuro da taxa básica de juros da economia, atualmente em 16% ao ano.

Na ata da última reunião, o BC já havia informado sobre sua preocupação com a evolução dos preços e não descartou a possibilidade de voltar a elevar os juros.

No texto, o Banco Central diz que adotaria uma postura “mais ativa” com os juros, o que foi interpretado pelos analistas do mercado financeiro como um sinal de que há “grandes chances” de novas altas dos juros.

Entre os economistas, há quem aposte em alta já no mês de setembro – algo entre 0,25 ponto percentual – para 16,25% ano ano. Mas há também quem considere o aumento dos juros um “balde de água fria” no ritmo de recuperação da economia brasileira.

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