Taxa pode levar a protestos na fronteira

Foto: Arquivo/O Estado

Protestos estão previstos na fronteira entre Brasil e Argentina.

Comerciantes das cidades argentinas de Bernardo de Irigoyen, San Antonio e Puerto Iguazú ameaçam bloquear a fronteira com o Brasil se o governo central mantiver a cobrança da taxa de saída para cidadãos estrangeiros. E também o aumento de preço para os combustíveis comercializados na região de fronteira. ?Não queremos ser piqueteiros (manifestantes que bloqueiam rodovias), mas se nos obrigarem, seremos?, afirma Arsenio Prituluk, presidente da Câmara de Comércio de Puerto Iguazú, unida a Foz do Iguaçu pela Ponte Tancredo Neves, escolhida como um dos pontos do eventual bloqueio.

A cobrança da taxa de saída está em vigor desde o dia 15 e, segundo o governo argentino, foi criada para a obtenção de recursos que permitam a modernização da infra-estrutura aduaneira. Quem deixa a Argentina por terra deve pagar entre 5 pesos (R$ 3,50) e 7 pesos (R$ 4,90), dependendo do horário em que cruzar a fronteira. A taxa sobe para 30 pesos (R$ 21) para quem utilizar portos e aeroportos.

O aumento dos preços dos combustíveis na fronteira, em vigor desde o dia 17, que chegam a custar até 50% menos do que os praticados no Brasil, foi justificado para conter o contrabando e preservar os estoques, pois é grande o volume de vendas nas cidades de fronteira.

?As vendas caíram e, se continuar assim, será um desastre?, prevê Prituluk. Ele estima que o comércio na região de fronteira caiu entre 50% e 70% nas últimas duas semanas. Cerca de 5 mil veículos brasileiros abasteciam diariamente em Puerto Iguazú. De acordo com os comerciantes dessa cidade, brasileiros e paraguaios que viajavam à Argentina para abastecer seus veículos movimentam o comércio local porque, além do combustível, adquiriam outros itens, como roupas, bebidas e comida. A retração do comércio está sendo sentida também em Posadas, vizinha de Encarnación, no Paraguai, e Clorinda, nas proximidades de Assunción.

O governador de Misiones, Carlos Rovira, está negociando com as secretarias de Migrações e Energia a revogação dessas medidas. O assunto entrou na pauta do Congresso, que se mobiliza para pressionar o presidente Néstor Kirchner a ordenar o recuo.

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