Moradia

Taxa de condomínio pode ser reduzida

Reduzir a taxa de condomínio é um desafio que exige esforço de moradores e dedicação do síndico. Mas a tarefa na maioria dos edifícios ou condomínios horizontais não é nenhuma missão impossível. Com ideias simples, negociação ou investimentos que, a médio prazo, acabam se pagando, é possível deixar as taxas parecidas com aquele prédio vizinho onde a impressão é que tudo sai mais barato. O Estado conversou com o vice-presidente da área de Condomínios do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Dirceu Jarenko, que por sinal também é síndico do edifício onde mora, no Batel. Ele apontou alguns pontos onde as despesas podem, com relativa facilidade, ser reduzidas.

O primeiro fator é um tanto óbvio: quanto mais unidades no condomínio, menor será o rateio entre os usuários. “As despesas são relativamente idênticas nos prédios. A manutenção, o número de funcionários e outros gastos costumam ser os mesmos na maioria”, diz Jarenko. O ponto é importante, inclusive, na escolha do local para morar se há muitos apartamentos, a possibilidade de um condomínio baixo é maior. “Na hora da aquisição, muita gente leva em consideração o número de unidades no imóvel”, observa.

O segundo fator apontado por Jarenko é onde está a maior parte das diferenças. O que pesa, no caso, é principalmente o estilo de administração do síndico. Para o especialista, quanto mais autossustentável ele tornar o condomínio, menor tende a ser a taxa mensal. “Um poço artesiano e um sistema de reaproveitamento da água da chuva, por exemplo, reduzem automaticamente as despesas”, exemplifica, lembrando que é justamente o consumo de água um dos pontos que mais pesam no final do mês.

Além das duas dicas para reduzir a conta de água, Jarenko diz que a troca do sistema de descargas nos apartamentos e nos banheiros da área comum pode deixar o consumo até um terço menor. “Em vez da válvula de descarga tradicional, o ideal é substituir pelas caixas”, sugere o síndico. Ele lembra que o sistema é comum em prédios novos. Portanto, a sugestão vale mais para os condomínios mais antigos.

Outra atitude que pode ser tomada, no caso, é a individualização dos registros de água. Para Jarenko, com a despesa de todo o condomínio inclusive as individuais rateada entre as unidades, a tendência é que muitos moradores não fiquem estimulados a economizar. “No momento em que as pessoas sabem o quanto consomem e têm que pagar por isso, acabam gastando menos”, garante o síndico.

Luz

Por mais que esteja apenas em terceiro ou quarto lugar nas despesas da maioria dos condomínios, na avaliação de Jarenko, a energia elétrica também é um item importante a ser considerado na hora de cortar despesas. “Substituir as lâmpadas incandescentes pelas eletrônicas e instalar sensores de presença nos corredores e garagens podem ser boas opções”, diz. Deixar poucos pontos permanentemente acesos nessas áreas, ou mantê-las totalmente às escuras ajuda muito, segundo ele, na redução do consumo.

Os elevadores também podem ser grandes vilões no desperdício de energia. Para o dirigente do Secovi-PR, quanto mais antigo o equipamento, normalmente maior é o consumo. Mas uma modernização técnica, como a substituição do quadro de comando, por exemplo, pode resolver o problema e reduzir não só o gasto com a companhia elétrica, mas também com a empresa que faz a assistência técnica: “O síndico pode aproveitar, no caso, para renegociar o contrato de manutenção”, recomenda.

Recursos humanos

Na hora de reduzir despesas com pess,oal, uma sugestão de Jarenko é apelar para a tecnologia. Assim, a instalação de sistemas de câmeras e porteiro eletrônico, por exemplo, podem ajudar a diminuir o número de empregados e, consequentemente, a folha de pagamento do condomínio.

Outro ponto importante a ser considerado quando o assunto é a folha de pagamento, na opinião de Jarenko, são as horas extras dos funcionários. “O síndico tem que ficar atento se as horas estão sendo pagas adequadamente”, aconselha.

Se a quantidade de horas extras pagas é grande, pode estar havendo desde fraude até a necessidade da contratação de mais empregados. Se é pequena, vale atentar para o fato de funcionários estarem trabalhando a mais e não recebendo – aí a possibilidade do condomínio ser demandado em ações trabalhistas, no futuro, aumenta consideravelmente.

Apele à negociação de contratos

A renegociação de contratos não precisa acontecer somente na manutenção dos elevadores e quando os equipamentos são modernizados. Como a concorrência é grande, a  época de vencimento de contratos desse tipo sempre é boa para uma tentativa de redução de preços.

O vice-presidente da área de Condomínios do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Dirceu Jarenko, diz que a simples apresentação de uma cotação de preços com outras empresas pode ser suficiente para que a companhia já contratada concorde em reduzir o valor cobrado.

Outro contrato que tem possibilidade de redução é o de fornecimento de gás. Segundo Jarenko, negociando ou trocando de fornecedor dá para reduzir em cerca de R$ 2 o custo por metro cúbico consumido. “A diferença nos preços, tanto no caso do gás, como no de manutenção de elevadores, é bem grande”, observa. “Consegui reduzir em ambos no prédio onde sou síndico. Para os elevadores, encontramos outra empresa no mercado. No gás, conseguimos que a empresa reduzisse o preço.”

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