Soja suja apreendida em Paranaguá

Foi apreendida ontem, no Porto de Paranaguá, uma carga de 27 toneladas de soja, misturada a uma grande quantidade de aveia, feijão preto, quirera de milho e outros cereais ainda não identificados. O motorista da Mercedes-Benz, placa AME-1935, Artur Pontel, 52 anos, foi autuado por tentativa de estelionato e está detido na Delegacia de Paranaguá. A carga veio da Cooperativa Agropecuária Irineópolis (Coopergril), com unidades em Irineópolis (SC) e Paulo Frontin (PR).

De acordo com o administrador do pátio de triagem do Porto de Paranaguá, José Eduardo Ferreira dos Reis, o caminhoneiro se apresentou na terça-feira, às 11h, no pátio de triagem do porto. Foi feita uma vistoria na carga, mas nenhuma irregularidade foi identificada. ?Possivelmente algum funcionário da Claspar esteja envolvido?, apontou Reis. Segundo ele, através de denúncia anônima de que a carga estaria irregular, o motorista foi chamado para se apresentar novamente para reclassificação do produto, mas ele não apareceu. ?O motorista não se apresentou. Hoje (ontem) de manhã, ele veio com uma carta de origem para que o porto devolvesse a carga porque o caminhão não descarregaria mais?, contou Reis. Desconfiados, fiscais da Claspar e do porto acionaram a polícia.

Segundo Reis, não foi constatada transgenia na carga. Casos como este, afirmou, já foram verificados anteriormente. ?É uma tentativa de sujar a imagem do porto. Uma ramificação hoje, outra carga contaminada amanhã?, apontou. ?Continuaremos atentos, com segurança redobrada e inibindo tentativas de fraude como esta.? Segundo Eduardo Reis, a carga seguiria para a operadora portuária Tibagi com destino à exportação.

Investigação

De acordo com o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, de Paranaguá, a carga foi periciada e ficou constatada a existência de impurezas em quantidade muito acima da tolerada pelo porto. O motorista Artur Pontel foi autuado em flagrante delito, e a origem da carga ainda está sendo investigada, assim como o local em que as impurezas teriam sido adicionadas.

O motorista, segundo o delegado, ficará detido no setor de carceragem à disposição do juiz criminal e está sujeito à penalidade de um a cinco anos de prisão. De acordo com o delegado, Pontel já teve passagem pela polícia, que tem dez dias para concluir o inquérito e apurar as eventuais responsabilidades da cooperativa ou de outras pessoas envolvidas.

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