O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estuda, em conjunto com os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, medidas de suporte a setores prejudicados pela valorização cambial, entre eles calçados, têxteis e móveis.
O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, acredita que o pacote de ações estará pronto para a divulgação na semana que vem. Sobre o fato de o BNDES já ter anunciado que faria esse mesmo tipo de apoio a esses setores nos anos de 2005 e de 2006, Coutinho afirmou que até o momento o banco estava avaliando caso a caso com as empresas prejudicadas. Desta vez, no entanto, será um programa de fomento muito mais robusto e que incluirá outros segmentos da indústria, além de calçados e têxteis. Coutinho não quis adiantar o perfil das medidas nem se os setores escolhidos terão juros especiais.
Esse conjunto de medidas faz parte das ações que Coutinho pretende levar adiante no BNDES no curto prazo. No cargo desde 2 de maio, ele afirmou que, resolvida a questão dos setores afetados pelo câmbio, o passo seguinte do BNDES será concentrar suas atenções nos setores de tecnologia da informação, fármacos e na cadeia automobilística. Os dois primeiros fazem parte da política industrial anunciada pelo ex-ministro do Desenvolvimento Luiz Fernando Furlan no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Coutinho destacou que o BNDES dará especial atenção às questões ligadas à TV digital, telecomunicações e bens de informática. A intenção, afirmou ele, é que agora a política industrial caminhe com mais força. Setores têm reclamado que a política industrial foi anunciada, mas nunca entrou efetivamente em vigor. O economista frisou que todas as ações do BNDES estão sendo elaboradas em conjunto com a Fazenda e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.