Brasília (AE) – O governo não conseguiu destinar todos os R$ 210 milhões que esperava dar a empresas como subvenção para inovações nas oito áreas prioritárias da Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (Pitce). No programa de subvenções, o recurso é doado como apoio aos projetos. A empresa beneficiada não precisa pagar de volta. Mesmo assim, sobraram R$ 65 milhões, que serão somados a outros R$ 90 milhões e destinados a projetos inovadores de temas gerais. Os projetos dessa segunda fase, de temas gerais, devem ser anunciados no fim do mês.
Para as áreas prioritárias do Pitce, a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), órgão do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), aprovou 70 projetos que, juntos, receberão R$ 145 milhões como subvenção. As áreas de semicondutores e software, duas das eleitas na Pitce, foram reagrupadas em programas e processadores que estão voltados para TV digital (16 projetos somando R$ 30 milhões) e para outras aplicações estratégicas (17 projetos no valor total de R$ 15,9 milhões). Na área de fármacos e medicamentos, foram selecionados três projetos totalizando R$ 23,6 milhões. No setor de bens de capital foram cinco projetos, de R$ 6,8 milhões ao todo.
O aeroespacial foi o que mais recebeu recursos: R$ 36,3 milhões para 10 projetos. Em nanotecnologia foram escolhidos 12 projetos que somam R$ 12,4 milhões. Para biotecnologia, foram quatro projetos, de R$ 12,6 milhões. Mais três projetos de biomassa e energias alternativas receberam R$ 7,4 milhões.
O presidente da Finep, Odilon Antonio Mancuzzo do Canto, explicou que muitos projetos enviados pelas empresas não atenderam as condições previstas no edital do programa, o que provocou a sobra de recursos para as oito áreas prioritárias. O presidente da Finep lembrou que esta é a primeira vez que o governo está subvencionando empresas. Até então, a subvenção era dada para universidades e instituições de ciência e tecnologia.
De acordo com ele, as empresas não estão familiarizadas com as exigências da Finep para esse tipo de projeto e a Finep, por sua vez, também vai tentar se adaptar e já tem o apoio do Sebrae para fazer formulários mais simples para empresas de pequeno porte.
Mancuzzo do Canto considera que o interesse demonstrado pelas empresas por investir em inovação com subvenção do governo foi muito grande, já que a Finep recebeu 1.099 projetos, que somavam R$ 1,9 bilhão, muito acima dos R$ 300 milhões destinados a essa chamada pública. Até 2008, estão previstos mais R$ 210 milhões para o programa de subvenções.