Fruta doce, preço salgado!!

Só um alimento ficou mais caro que o leite em julho. Adivinha qual é?

Foto: Freepik.

O preço do leite longa vida disparou 25,46% em julho no país, indicou nesta terça-feira (09) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). E apenas um alimento ficou mais caro que o leite no mês passado, a melancia – que registrou alta de 31,26%.

O leite, em alta, teve o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) sobre o índice oficial de inflação do Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).

A disparada do leite veio após um avanço de 10,72% no mês anterior (junho). No ano, o produto passou a acumular alta de 77,84% até julho. Em 12 meses, a elevação chegou a 66,46%.

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De acordo com Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IPCA, a escalada dos preços está associada a pelo menos dois fatores.

O primeiro é o período de entressafra, que costuma reduzir a oferta de leite no mercado de março a setembro ou outubro.

O segundo é a escalada dos custos de produção. Durante a pandemia, insumos como ração animal, fertilizantes e combustíveis ficaram mais caros. O efeito colateral é o repasse para os preços nas gôndolas dos supermercados.

Derivados do leite também subiram para o consumidor em julho, mostra o IPCA.

O queijo avançou 5,28%. O leite em pó ficou 5,36% mais caro. A manteiga teve inflação de 5,75%. O leite condensado registrou alta ainda maior, de 6,66%.

No grupo alimentação e bebidas, que acelerou para 1,30% em julho, o IBGE também destacou o aumento dos preços das frutas. O avanço foi de 4,40% no mês passado.

A melancia registrou alta de 31,26%. Foi a variação mais intensa entre os 377 subitens pesquisados no IPCA. O mamão, por sua vez, subiu 13,52%.

Do lado das quedas na comida, o maior recuo veio do tomate, de 23,68%. O subitem ainda acumula alta de 7,45% em 12 meses.

O IPCA, no geral, teve deflação (queda de preços) de 0,68% em julho. É a maior queda desde o início da série histórica, em janeiro de 1980, apontou o IBGE.

A baixa foi puxada pela redução da gasolina. Com os recentes cortes de alíquotas de ICMS (imposto estadual), o combustível caiu 15,48% em julho.

Foi o principal impacto (-1,04 ponto percentual) para a redução do IPCA. Em 12 meses, a gasolina acumulou alta de 5,64%.

As dez maiores altas de preços em julho

Segundo o IPCA, em %

Melancia 31,26

Leite longa vida 25,46

Mamão 13,52

Aluguel de veículo 13,39

Pepino 13,23

Banana d’água 11,36

Passagem aérea 8,02

Inhame 6,97

Leite condensado 6,66

Pera 5,92

As dez maiores quedas de preços em julho

Segundo o IPCA, em %

Tomate -23,68

Abobrinha -23,55

Batata-inglesa -16,62

Gasolina -15,48

Cenoura -15,34

Etanol -11,38

Repolho -11,13

Açaí -11,09

Pimentão -10,9

Flores naturais -9,48