Uma audiência pública na Assembléia Legislativa do Paraná na próxima segunda-feira às 9h, vai discutir os problemas trabalhistas enfrentados pelos funcionários da Fosfértil, empresa de fertilizantes localizada em Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A empresa foi privatizada há 15 anos, quando foi comprada pela Bunge.
Sindicalistas e ONGs denunciam que desde a privatização da empresa (há 15 anos) os trabalhadores vêm se deparando com uma série de problemas, como práticas antisindicais por parte dos dirigentes, falta de manutenção dos equipamentos do local e, ainda, o oligopólio no setor de fertilizantes.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Petroquímicas do Paraná (Sindiquímica), Paulo Roberto Fier, explica que vários problemas já sofreram autuações por parte da Superintendência Regional do Trabalho. ?Os trabalhadores da Fosfértil lidam com substâncias perigosas, altamente inflamáveis, como amônia, metanol e hidrogênio. A empresa não faz a manutenção preventiva das máquinas?, afirmou.
Todos estes sindicalistas fazem parte do Comitê em Defesa dos Pequenos Agricultores e Trabalhadores. Eles denunciam também que o oligopólio no setor de fertilizantes traz conseqüências negativas para toda a sociedade, como por exemplo o encarecimento de alimentos básicos, como o feijão e o arroz. Segundo um estudo realizado pelo Ministério da Agricultura (finalizado no início deste ano), em 1994, o preço da tonelada de uréia era US$ 110. Hoje, aumentou para US$ 320.
A audiência deve contar com a participação do secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Valter Bianchini, com representantes da Via Campesina e agricultores de todo o Paraná. O presidente da empresa Fosfértil, Vital Jorge Lopes, também foi convidado. Os sindicalistas também pretendem discutir a possibilidade da Petrobras importar e distribuir fertilizantes (o que seria uma alternativa a mais aos agricultores).
A reportagem entrou em contato com a empresa Bunge, em São Paulo, mas não obteve retorno.