Sindicato pede ao MP que investigue empresa de papel

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Papel, Papelão e Cortiça de Curitiba protocolou no Ministério Público, na última sexta-feira, pedido de abertura de procedimento investigatório contra a empresa Manchester Papéis e Embalagens. O presidente do sindicato, Agenor de Oliveira Neto, acusa a empresa de descumprimento de obrigações trabalhistas. Segundo ele, desde abril de 2002, a Manchester não entrega cestas básicas e não paga hora-extra, adicional noturno, taxa assistencial, previdência social e vale-transporte, como consta da convenção coletiva da categoria. A indústria tem cerca de sessenta empregados.

Duas reuniões foram realizadas na Delegacia Regional do Trabalho (DRT) para tentar regularizar a situação. Na mesa-redonda marcada para 25 de março, os representantes da Manchester não compareceram. “Já esgotamos as possibilidades de conversa com a empresa. Esperamos agora as providências e fiscalizações do Ministério Público”, afirma Oliveira. Ele também denuncia que a fábrica funciona aos domingos sem autorização do Ministério do Trabalho.

A Manchester existe há aproximadamente cinco anos. “Desde a fundação, o sindicato está lutando para colocar a situação em dia”, relata Oliveira. Segundo ele, a solução para o problema é difícil, porque no mesmo local funcionam duas empresas. “Quando procuramos a Manchester, eles dizem que é responsabilidade da Vale Verde e vice-versa”, lamenta o presidente do sindicato, que se diz “totalmente desacreditado com qualquer tipo de acordo que a empresa venha a propor”. “Já houve demissões, mas eles demoram muito para fazer os acertos”, conta. De acordo com Oliveira, os empregados sofrem ameaças de demissão caso reivindiquem seus direitos adquiridos no acordo coletivo.

A reportagem tentou ouvir o procurador jurídico da Manchester, mas foi informada de que ele estava em reunião. Ele não retornou as ligações até o fechamento desta edição.

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