Shoppings esperam faturar pelo menos 7% mais este ano

O comércio varejista de shopping centers está com uma expectativa positiva para o ano de 2006. Dados da Associação Brasileira de Lojista de Shopping (Alshop) dão conta que o setor projeta, para este ano, um faturamento de R$ 59,3 bilhões, o que representa, no mínimo, 7% a mais do registrado em 2005. As perspectivas positivas não param de atrair investidores e a associação prevê a possibilidade de abertura de 14 a 18 novos shoppings em todo o País, fora as reformas e ampliações, com aberturas de novas lojas.

Em Curitiba, o próximo grande empreendimento pode ficará pronto entre 2007 e 2008. O shopping Palladium, que está sendo construído no bairro Portão, tem o desafio de tornar-se o maior shopping da América Latina, numa prova clara de que esse tipo de empreendimento continua sendo um bom investimento.

Mesmo com a grande concorrência na capital paranaense, os grandes shoppings asseguram que os negócios vão bem. A diretora de marketing do Park Shopping Barigüi, Mariane Wiederkehr, confirma que o lucro médio dos lojistas tem sido alto. ?Em faturamento e em vendas, crescemos 15% em 2005, e em tráfego, 18%?, diz. A projeção direta do crescimento é a adesão de novos estabelecimentos dentro do shopping. Para março deste ano estão previstas as inaugurações da Companhia Express, filial de uma rede de academias, e da Zara, marca de confecção espanhola que possui uma de suas lojas no Shopping Mueller. ?Eu acredito que haja espaço para todos, pois se o mercado estivesse saturado, não teríamos lucro?. A previsão para 2006 é alavancar ainda mais os 15% obtidos no ano passado.

O gerente geral do Shopping Curitiba, Carlos Torres, acredita que ainda é cedo para avaliar o impacto de mais um grande empreendimento na cidade, mas assegura que mesmo com a atual concorrência, o lucro continua existindo. ?Acreditamos na fidelidade do cliente. Quem está acostumado a vir ao Curitiba, dificilmente vai a outro endereço?, diz. Ele cita como exemplo a jornada de final de ano, quando os grandes shoppings ficaram abertos por 32 horas e todos registraram um altíssimo movimento. ?Foi uma prova de que cada shopping tem seus clientes.?

Quanto ao impacto da concorrência, Torres diz que em 2003 e 2004, tanto o Curitiba quanto o Crystal e o Müeller sofreram algumas perdas com a inauguração do Park Shopping e a mudança de vocação do Estação, que ganhou um espaço considerável de lojas de comércio varejista. ?Mas em 2005 conseguimos crescer 5%, o que mostra uma acomodação de mercado e garantia de lucros, mesmo que de uma loja para outra ocorra uma variação natural?.

Ampliação

Para o Shopping Total, que foge um pouco ao padrão dos grandes shoppings por ser um centro comercial de descontos, 2005 não foi dos melhores. Porém o registro de um crescimento de 4% serviu de alerta para a necessidade de melhorias, que vêm a partir do próximo mês. ?O faturamento deve crescer bastante com a abertura de uma filial das Lojas Americanas, que será a âncora do shopping?, diz a gerente de marketing Viviane Andrade.

Tentando incrementar o setor de lazer do estabelecimento, que hoje conta apenas com uma lan house e fliperamas, inaugura em março salas de cinema da Cinesystem. ?Era um setor falho, que certamente não só atenderá aos clientes que costumam fazer compras como também atrair novos freqüentadores?. Outra obra que segue a todo o vapor é a que vai ampliar o espaço de estacionamento, hoje limitado a 700 vagas descobertas. Para suprimir a demanda, está sendo construído um estacionamento de cinco andares. ?Para manter-se firme no mercado é necessário estar sempre investindo para o bem-estar dos clientes.?

Vizinho ao futuro shopping Palladium, o Total não esconde a expectativa com a concorrência, mesmo que o perfil das lojas dos dois estabelecimentos seja diferente. ?Nosso receio é com a praça de alimentação. Ampliamos a nossa, mas eles vão ter duas bem amplas e podemos perder nesse aspecto. Por ora, com todas as reformas que estamos fazendo, a expectativa para 2006 é das melhores?, conclui Viviane.

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