Setor elétrico prepara greve de dois dias na Grécia

Membros do militante sindicato do setor elétrico da Grécia, o Genop, realizam uma série de protestos hoje pelo país. A categoria pretende iniciar uma greve de dois dias, em protesto contra as mais recentes medidas de austeridade anunciadas pelo governo grego.

A paralisação de 48 horas pode causar blecautes graduais por todo o país, caso os membros do Genop deixem as usinas de produção de energia com pouco pessoal – uma tática já usada pelo sindicato no passado. “Nós decidiremos esta tarde como proceder”, disse Nikos Hatzaras, membro da direção do Genop. “Claro, se todos os trabalhadores de uma usina de energia decidirem cruzar os braços, então obviamente teremos de salvaguardar a estabilidade do sistema elétrico.”

Sob pressão da União Europeia (UE) e dos mercados financeiros, o governo socialista grego anunciou neste mês um pacote de 4,8 bilhões de euros em cortes de gastos e aumento de impostos. O pacote provocou forte reação dos sindicatos gregos. Para eles, as medidas oneram em demasia e desproporcionalmente os trabalhadores.

O Genop também é contrário às medidas. Na semana passada, a central sindical GSEE, que representa funcionários do setor privado, realizou uma greve de 24 horas, além de grandes protestos no centro de Atenas.

Durante o fim de semana, funcionários do Genop realizaram uma reunião de quatro horas com o ministro das Finanças, George Papaconstantinou, para discutir o pacote. Eles se encontraram na manhã de hoje com Tina Birbili, ministra do Meio Ambiente e da Energia, segundo o sindicato. “Se não fizermos isso agora, o próximo dia será pior para cada cidadão grego”, defendeu Giorgos Adamidis, diretor local do Genop, em entrevista a uma emissora de TV. “Nós queremos que o ônus recaia igualmente sobre todos, não apenas sobre os trabalhadores.”

No início de 2008, uma série de paralisações do Genop por causa de reformas no sistema de pensões fechou um total de 17 unidades estatais de produção de energia. Isso gerou dias de blecautes por todo o país. As paralisações foram canceladas quando a Justiça decidiu que esses protestos eram ilegais. As informações são da Dow Jones.