Setor calçadista deixou de exportar US$ 400 milhões

São Paulo

  – O diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, afirmou ontem que o setor foi seriamente prejudicado nos últimos 18 meses pela depressão nos mercados do Norte, que viveram mais intensamente o clima de ameaças terroristas, e continuará a ser afetado pela guerra dos Estados Unidos (EUA) contra o Iraque. A estimativa é de que o setor tenha deixado de exportar, no período, US$ 400 milhões.

“Perdemos muitos embarques nos últimos 18 meses. Os consumidores norte-americanos e europeus estão em estado de medo-pânico até. Temem que aconteça alguma coisa, um ataque terrorista. Por isso não estão consumindo, estão no máximo estocando comida”, afirmou.

No ano passado, as exportações do setor encolheram em 12% ante 2001, tendo caído para US$ 1,450 bilhão.

Quanto mais rápido melhor

Quanto mais cedo terminar o conflito no Oriente Médio, mais rápido o setor calçadista voltará ao ritmo normal de exportações, afirmou Klein. “Os estoques estão muito baixos. Quando a guerra terminar e voltar o consumo, rapidamente voltaremos a exportar”, disse.

Segundo ele, a recuperação do setor no pós-guerra será imediata. Se a guerra durar de 3 a 4 semanas, disse Klein, o setor terá condições de cumprir a meta de exportações estabelecida no início do ano, de US$ 1,7 bilhão (crescimento de 17,2% ante 2002, quando foi exportado US$ 1,45 bilhão).

Klein disse que a recuperação se dará principalmente com a retomada do consumo nos principais mercados, que são a América do Norte (EUA à frente, como maior consumidor individual do mundo), Europa Central, Oriente Médio (Arábia Saudita e Emirados Árabes, principalmente) e América do Sul.

O diretor da Abicalçados disse ainda que o setor pretende compensar um pouco a queda de consumo provocada pela guerra com promoção comercial na Escandinávia e na Oceania.

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