Seminário no Porto discute procedência

A comunidade portuária de Paranaguá participa amanhã (29) do Seminário de Rastreabilidade, que vai discutir o sistema pelo qual o produto passa a contar com um rótulo de procedência, que vai conter informações permanentes, desde a origem até o consumidor final. Promovido pela superintendência do Porto de Paranaguá e o Conselho de Autoridade Portuária (CAP), o seminário reunirá diretores, usuários e operadores do terminal marítimo paranaense.

“A rastreabilidade é hoje uma exigência do mercado internacional, como forma de garantir aos consumidores qualidade dos produtos”, explicou o diretor do porto, Lourenço Fregonese. Segundo ele, o Porto de Paranaguá já vem se adequando à essa nova tendência há pelo menos dois anos.

Nilson Hanke Camargo, da Faep, explicou que o Paraná é um dos Estados mais adiantados na adoção de mecanismos para fazer a rastreabilidade da carne bovina, suína e também da soja. “Agora o assunto está sendo levado à comunidade portuária, porque toda a estrutura do porto deve fazer a segmentação das cargas e isso implica em fazer obras de adaptação e adotar novos mecanismos em todo o complexo portuário”, disse Camargo.

Segundo ele, a partir de 2005, os países da União Européia (UE) vão rejeitar a entrada de produtos alimentícios que não tenham rótulo de procedência. Além de Hanke Camargo, participarão do seminário os economistas Luiz Antônio Fayet, Antonio Leonel Poloni e José Henrique Traver

Segregação

Em Paranaguá já existem armazéns para “segregação” de produtos. Ou seja, locais específicos para mercadorias que são controladas desde a origem até o embarque nos navios, que atendam à risca as exigências feitas pelos compradores internacionais.

As mercadorias segregadas têm movimentação separada das demais. Por exemplo, produtos com certificação de qualidade ficam estocados em armazéns inspecionados e aprovados pelos controladores da qualidade.

Os terminais privados de armazenagem e escoamento de grãos são equipados com câmaras que filmam todo o trajeto da carga entre o armazém até o navio. “Esse procedimento dá ao cliente a segurança de que não houve misturas de produtos durante o processo”, explicou Fregonese. Além dos equipamentos, os clientes colocam seus próprios técnicos no porto para acompanhar todo o escoamento do produto adquirido por eles.

O Corredor de Exportação, por onde escoam os produtos agrícolas, já está equipado com células de armazenagem, de até 5 mil toneladas cada, que podem ser usadas para “segregação” de produtos. Essa estrutura pode ser acionada a qualquer momento, assim que o cliente comprador exigir.

Outra providência adotada pela APPA é a parceria feita com a Empresa de Classificação do Paraná – Claspar. Por amostragem, os técnicos da Claspar fazem a triagem e a análise da carga que chega no porto. Além desse controle, a carga passa por novos controles na balança e na descarga do produto.

Seab vai certificar qualidade

O Ministério da Agricultura vai credenciar a Secretaria da Agricultura do Paraná como certificadora de processos e origem dos animais que entram na cadeia produtiva. A solenidade de credenciamento acontece hoje, às 11h30, no gabinete do ministro Pratini de Moraes, em Brasília, com a presença da vice-governadora Emilia Belinati e do secretário da Agricultura Deni Schwartz.

Com isso, o Paraná torna-se o primeiro Estado brasileiro a ter um órgão público autorizado a realizar o trabalho, até então feito exclusivamente por empresas privadas. O status de agente certificador dá à secretaria competência legal para monitorar todo o sistema produtivo de carne no Estado, desde a origem de cada animal, passando pelo método de criação até o abate, transporte e distribuição ao varejo.

O Paraná concentra cerca de 10 milhões dos 170 milhões de cabeças de gado que compõem o rebanho brasileiro. Elas estão espalhadas por mais de 140 mil propriedades que, juntas, imunizaram quase 99% dos seus animais contra a febre aftosa na campanha realizada em maio deste ano. A produção estadual de carne gira em torno de 290 mil toneladas, enquanto a brasileira é de aproximadamente 7 milhões de toneladas.

Voltar ao topo