Semana Santa é sinônimo de comemoração para os proprietários de peixarias. Por conta da tradição católica, é a época em que as pessoas deixam a carne vermelha de lado e partem para o consumo de algum tipo de pescado, principalmente na quarta e na sexta-feira.
Em alguns estabelecimentos, o movimento mais que dobrou nos últimos dias. Em outros, os proprietários estão na expectativa de que as vendas melhorem hoje e amanhã.
?Hoje o movimento já dobrou?, disse o dono da Peixaria Cruzeiro, localizada no bairro Água Verde, em Curitiba, Pedro Kozoviski. Ele estava animado e confiante para as vendas até amanhã. Já no Mar & Cia Pescados, no bairro São Francisco, as vendas ainda estavam ?fracas? ontem, como contou a balconista do local, Joelma Xavier. ?Ainda estamos vendendo a mesma quantia da semana passada, cerca de mil reais em peixes, por dia. Ano passado estava bem melhor. Este ano os feriados estão muito próximos, o que faz com que as pessoas gastem menos. A expectativa é que o movimento melhore amanhã?, disse.
De acordo com a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, do governo federal, nesta época do ano a comercialização chega a triplicar em alguns estabelecimentos. No Paraná, há cerca de 22 mil produtores na área de pesca. A produção no Estado chega a 20 mil toneladas por ano, principalmente de tilápia, pacu e carpa. O consumo por pessoa no Estado é de 6,6 quilos, enquanto no País a média varia de 7 a 8 quilos ao ano. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda pelo menos 12 quilos, uma vez que o peixe possui qualidades nutricionais (tem minerais e ômega 3). ?O consumo ainda é baixo, mas há cerca de 15 anos, por exemplo, eram 3 quilos per capita?, comentou o engenheiro de Pesca da Emater-PR (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), Luiz Viana. Em todo o País, a produção chega a um milhão de toneladas por ano (27% desse total vem da aqüicultura).
Embora a Semana Santa seja de lucros para os peixeiros, grande parte das vendas ainda estão concentradas no produto industrializado e nos pesque-pagues (cerca de 80% das vendas). O comércio diretamente com a comunidade de produtores e as feiras periódicas (como as de Páscoa) representam cerca de 20% da comercialização, segundo a Emater.
Cuidados com o pescado
O consumidor deve ficar atento na hora de comprar algum tipo de pescado. No supermercado, os peixes devem estar em um balcão frigorífico e, na feira, devem ficar expostos em balcão de aço inox inclinado, com gelo, e protegidos do sol. Para os peixes congelados ou embalados, o produto deve estar em temperatura menor do que 18 graus, e o resfriado, abaixo de zero grau. No rótulo, deve haver carimbo do Serviço de Inspeção Federal, indicação da temperatura para conservação e prazo de validade. O peixe deve apresentar olhos brilhantes, guelras úmidas e vermelhas, textura firme e escamas bem presas ao corpo. O bacalhau deve estar seco, com cor de palha, sem manchas escuras ou vermelhas. Já o camarão deve ter a casca e a cabeça aderidas ao corpo e não deve estar escuro.