Semana de Copom traz dados da indústria em janeiro

A agenda econômica da semana promete – não pela quantidade, mas pela importância dos indicadores conhecidos entre os dias 3 e 7 de março. As emoções devem se concentrar na quarta-feira, quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará os dados relativos à produção industrial ao longo do mês de janeiro. As informações da indústria ganham mais relevância do que normalmente porque, no mesmo dia, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central encerrará a sua segunda reunião do ano com a definição da taxa básica de juros para referência da economia até 16 de abril.

Um dos principais indicadores de atividade, área para a qual o BC tem olhado com muita atenção, a produção industrial de janeiro é muito aguardada também pelo mercado financeiro. Isso porque os números poderão indicar se a indústria produziu mais por uma necessidade do varejo em recompor os estoques baixados com as vendas de final de ano ou se há também neste contexto sinais de permanência de uma demanda agregada firme com forças suficientes para se sustentar ao longo do primeiro trimestre.

Em dezembro, a indústria produziu 0,60% abaixo do que fabricou em novembro, mas registrou um crescimento de 6,40% sobre a produção de dezembro de 2006. O recuo na margem foi visto pelos analistas do mercado financeiro como um movimento normal, dado que o grosso da atividade fabril se dá entre setembro e novembro quando a indústria opera a todo vapor para atender à demanda do comércio. Além disso, deve voltar à normalidade, agora nos dados de janeiro, a quantidade de dias úteis na comparação com o mês anterior, que tanto prejudicou o resultado da produção em novembro (-1,80%) e dezembro (-0,60%).

Selic

Com os números da produção industrial de janeiro em mãos e com as planilhas com os dados efetivos de fevereiro, os diretores do BC vão entrar para a sala de reunião na quarta-feira para, segundo previsões do mercado, manter mais uma vez a Selic nos atuais 11,25% ao ano. De 61 instituições financeiras consultadas pela reportagem, todas apostaram na manutenção. A demanda aquecida e seus impactos sobre a inflação futura, além das incertezas quanto aos impactos dos problemas pelos quais passam a economia internacional sobre a doméstica são as justificativas mais correntes entre os analistas para a manutenção da Selic.

No mesmo dia 5, a Fundação Instituto e Pesquisas Econômicas (Fipe) informará em quanto ficou a inflação de fevereiro na capital paulista. A tendência é de desaceleração significativa na comparação com janeiro, quando o custo de vida na cidade subiu 0,52%. O próprio coordenador do IPC-Fipe, Márcio Nakane, revisou de 0,25% para 0,16% a sua previsão de inflação para fevereiro. No começo do mês, ele trabalhava com 0,30%, mas como os preços dos alimentos começaram a desacelerar mais do que o previsto no exato momento em que os impactos com os gastos com educação e despesas pessoais passaram a ser menores, o economista reduziu suas previsões.

Amanhã serão conhecidos três indicadores. Além da divulgação do relatório Focus, levantamento que o BC disponibiliza todas as segundas-feiras com base nas projeções de cerca de 100 instituições financeiras, serão divulgados ainda o saldo comercial de fevereiro e o IPC-S fechado do mesmo mês. Os dados oficiais da balança serão divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A Focus traz a mediana das expectativas do mercado para a balança comercial, que no fechamento janeiro registrou um superávit de US$ 944,000 milhões ante US$ 3,636 bilhões em dezembro. O IPC-S, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), será conhecido por volta das 8 horas. Em janeiro, o índice fechou em 0,97%.

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