Sem negócios, dólar não resiste e fecha em baixa

Sem volume de negócios para sustentar uma tendência – situação que deve perdurar, possivelmente, até o fim do ano – o dólar encerrou com queda, ontem, um dia de extrema volatilidade, marcado pela inversão da trajetória das cotações. Nos últimos minutos de negócio, a moeda americana inverteu o sinal pela quarta vez no dia (estava em alta) e fechou em queda de 0,14%, cotada a R$ 3,55 para compra e para venda. Já o risco Brasil, que abriu em alta, caiu 0,84% passando para 1.644 pontos.

Segundo operadores, o movimento (alta e baixa) ocorreu porque o Banco Central consultou as mesas de câmbio de alguns bancos credenciados a operar diretamente com a autoridade monetária (“dealers”), como se fosse vender dólares à vista, no momento em que a moeda, então em alta, atingiu a cotação máxima do dia, R$ 3,603.

Tamanha volatilidade se explica pelo reduzido volume de negócios, que atribui peso maior a cada operação. Segundo analistas, os investidores estariam esperando pela posse do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro, ou mesmo pelo anúncio de seu futuro ministério, prometido para a primeira quinzena de dezembro, para refazer suas posições de investimento no País.

Copom

Além disso, o mercado está dividido em suas apostas quanto à decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre a taxa básica de juros do País, a Selic. Embora a maior parte dos analistas espere uma alta para conter a inflação, não há consenso sobre o tamanho do aumento.

O comitê iniciou sua reunião ontem no meio da tarde e anuncia hoje o destino da Selic, hoje em 21% ao ano.

Dívida

A pressão do dia foi consideradas “pontual”. Hoje vencem US$ 2,5 bilhões em dívida do governo, compostas principalmente por títulos cambiais – papéis que são resgatados e pagam ainda a variação do câmbio referente ao período de vigência.

Embora o Banco Central tenha alongado a maior parte do vencimento, ainda restam quase US$ 500 milhões “descobertos”, que serão resgatados de acordo com a Ptax (mediana do dólar calculada pelo BC de acordo com o volume) de ontem. Quanto maior essa taxa, maior o ganho do investidor que não teve seu título alongado.

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