Sem crédito extra, arrecadação previdenciária cai 2,7%

O secretário de Previdência Social, Helmut Schwarzer, disse hoje que a não repetição de uma recuperação de créditos excepcional em junho explica a redução de 2,7% da arrecadação previdenciária em relação a maio deste ano. Segundo os dados divulgados hoje, a arrecadação líquida da Previdência em junho somou R$ 14,063 bilhões, ante R$ 14,461 bilhões em maio.

Ele destacou, no entanto, que as receitas correntes da Previdência, baseadas nas contribuições feitas pelas empresas sobre a folha do salário, continuaram praticamente estáveis na comparação dos dois meses. As receitas correntes em junho cresceram 1,1% em relação ao mês anterior. “O desempenho das despesas correntes ainda é favorável e reflete o mercado de trabalho que se mostra em recuperação”, afirmou.

Na comparação entre primeiro semestre deste ano e igual período do ano passado, o secretário explicou que o aumento de 10,7% no déficit previdenciário decorreu do pagamento de uma folha a mais com o reajuste real do salário mínimo. No ano passado, o aumento do mínimo ocorreu em março e, neste ano, em fevereiro. Isso, no período acumulado, dá um mês a mais de pagamento. Além desse fato, houve um crescimento de cerca de 15% nas correções de valores de benefícios determinadas pela Justiça, o que impactou também as despesas da Previdência.

Por outro lado, ele destacou como positivo o desempenho da arrecadação no período acumulado, que cresceu em torno de 5% ante igual período de 2008. Segundo o secretário, apesar da crise, que afetou fortemente o mercado de trabalho no início do ano, houve uma estabilidade na folha de salários nos últimos meses e isso refletiu positivamente no caixa da Previdência. “Não houve um crescimento na mesma velocidade do ano passado, mas ainda considero um desempenho muito favorável”, disse. No ano de 2008, as receitas previdenciárias cresceram, em média, 10%.