Sem acordo, Varig antiga pode falir

Rio (AE) – A chamada Varig antiga, empresa que permanece em recuperação judicial, pode ir à falência caso funcionários da companhia e a própria empresa não fechem um acordo coletivo para o pagamento de rescisões trabalhistas e salários atrasados. A avaliação foi feita ontem pelo advogado da Varig Fábio Carvalho.

Segundo ele, há o risco de falência porque se o acordo não for fechado, a Varig antiga terá de arcar com o pagamento de multas pelo descumprimento do acordo coletivo – que ainda não foi fechado. Portanto, a dívida da Varig antiga aumentaria, sendo que ela já herdou um passivo de R$ 7,9 bilhões, que terá que amortizar.

O advogado da Varig também relatou que está sendo feita uma auditoria nos números da empresa para apurar o valor correto de uma dívida que a VarigLog tem com a Varig desde a época em que ela pertencia ao grupo. Há dois valores conflitantes, diz o advogado. Segundo ele, o balanço da Varig do ano passado mostra que o débito seria superior a R$ 100 milhões. A VarigLog, no entanto, calcula a dívida em R$ 40 milhões.

Carvalho diz que essa dívida poderia ser usada para contribuir com o pagamento das rescisões trabalhistas, avaliadas em R$ 253 milhões, e os salários atrasados, que estão calculados em R$ 106 milhões.

Espaço

A Infraero, que administra 67 aeroportos do País, pretende começar a redistribuir espaços até agora ocupados pela Varig entre suas concorrentes, a partir da próxima terça-feira ou no máximo quarta-feira. A informação foi dada pelo presidente da estatal, brigadeiro José Carlos Pereira, após reunião com dirigentes do Sindicato Nacional das Empresas Aéreas (Snea) para discutir o assunto.

Pereira disse que foi acertada para terça-feira uma última reunião, em São Paulo, na qual diretores das companhias aéreas e a diretoria de Operações da Infraero tratarão de detalhes, como o porcentual dos espaços que serão redistribuídos, de acordo com as necessidades de cada empresa.

O diretor de Relações Governamentais do Snea, Anchieta Hélcias, afirmou que os vôos estão tendo atualmente uma média de uma hora de atraso por causa da demora e das filas no check-in das empresas que, além de ter que dar conta de sua própria demanda, estão tendo de atender passageiros da Varig com endosso.

TAM reverte prejuízo

A TAM obteve lucro líquido de R$ 97,103 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo prejuízo de R$ 24,669 milhões apurado em igual período de 2005. A receita líquida cresceu 39%, para R$ 1,732 bilhão, e o lucro bruto fechou em R$ 588,886 milhões, com alta de 61,4%.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) da empresa somou R$ 249,878 milhões de abril a junho deste ano, volume 980% maior no comparativo com igual período de 2005 (R$ 23,137 milhões). Nesse intervalo, a margem Ebitda saltou de 1,9% para 14,4%.

As despesas operacionais totalizaram R$ 448,815 milhões, volume 14% maior frente ao segundo trimestre do ano passado. A companhia registrou ganho operacional de R$ 140,071 milhões, contra resultado negativo de R$ 28,524 milhões de abril a junho de 2005. Houve ainda um lucro não operacional de R$ 4,956 milhões no trimestre, revertendo prejuízo de R$ 10,857 milhões.

O lucro líquido por lote de mil ações foi de R$ 0,64493 no segundo trimestre. Em 30 de junho passado, o patrimônio líquido da empresa estava em R$ 1,229 bilhão.

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