Cerca de seiscentos metalúrgicos da Região Metropolitana de Curitiba estavam em greve ontem. Eles reivindicam antecipação salarial de 9,73%, referente à inflação acumulada de dezembro de 2002 a abril de 2003. Os trezentos empregados da Perfecta, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, entraram no quarto dia de paralisação. Em nota oficial, a empresa informou que formatou uma proposta para apresentar aos trabalhadores, mas não divulgou detalhes. A Perfecta reiterou que está aberta ao diálogo, porém pede que os funcionários voltem ao trabalho.
Na Kromberg & Schubert, em São José dos Pinhais, os 295 trabalhadores também cruzaram os braços na manhã de ontem por prazo indeterminado. A empresa fabrica chicotes elétricos para Case New Holland, Electrolux e Volkswagen. Por volta do meio-dia, um negociador da empresa veio de São Paulo para negociar no Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, mas até o final da tarde não foi fechada nenhuma proposta. Hoje de madrugada haverá assembléias nas portas das fábricas para definir a continuidade dos movimentos.
Já na ABS Bombas, na CIC, os empregados retornaram às atividades às 11h depois de dois dias de greve. A empresa ofereceu 70% do salário nominal a título de abono, para corrigir a defasagem da inflação, com teto de R$ 600. Além disso, garantiu a reposição do INPC integral na data-base, em dezembro, seguindo o teto que for acordado com o Sindimetal. Os demais itens da pauta apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos (redução da jornada de trabalho, participação nos lucros e resultados, pagamento de 40% do FGTS para aposentados, estabilidade para dirigentes sindicais, não contratação de trabalhadores temporários, com contrato por prazo determinado e terceirizados) serão negociados no final do ano.
Depois de comunicar ao Sindimetal e ao Sindimaq a suspensão das negociações com os sindicatos patronais, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba está enviando cartas diretamente para as empresas, pedindo a abertura de negociações individuais.