Segundo o Provar, cresce intenção de compras por bens duráveis

O alongamento dos prazos de crediário e a redução de taxas cobradas no varejo ao longo de 2007 provocaram um aumento da intenção de compra dos consumidores no primeiro trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com pesquisa realizada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar), da Fundação Instituto de Administração (FIA), 56,6% dos entrevistados pretendem realizar compras de itens duráveis entre janeiro e março de 2008. No mesmo período de 2007, 45,2% dos consumidores tinham a intenção de adquirir algum produto desse segmento.

Segundo o estudo, feito com 500 consumidores na cidade de São Paulo, o porcentual deste trimestre ficou um pouco abaixo da intenção de compra registrada entre outubro e dezembro de 2007, período que incluiu o Natal. No trimestre passado, 61,2% dos entrevistados pretendiam fazer compras de itens duráveis. "As condições para compra estão mais favoráveis. O alongamento dos prazos, a queda das taxas e o aumento da renda reduzem o endividamento do consumidor. O resultado deste trimestre reflete o ambiente de otimismo de 2007", afirmou o coordenador-geral do Provar, Claudio Felisoni.

A intenção de compra deste trimestre, porém, não fica acima de patamares de 2006, de 62,8%; de 2005, quando atingiu 59,2%, nem de 2003, de 65,2%. Desde o início da apuração referente ao período de janeiro a março, em 2003, o índice é superior apenas ao primeiro trimestre de 2004, período em que 43,9% dos consumidores pretendiam realizar compras de itens duráveis.

Segmentos

De acordo com a pesquisa deste ano, realizada em parceria com a consultoria Canal Varejo, o segmento de cine e foto registrou o maior porcentual das intenções de compra dos consumidores, de 12 4%. Material de construção e informática também foram destaque na lista de opções de compras dos entrevistados, respondendo por 7,8% e 7,6% do total da lista, que inclui também eletroportáteis cama, mesa e banho, móveis, automóveis e motos, linha branca, eletroeletrônicos e telefonia.

A categoria de eletroeletrônicos teve crescimento de 54,5%. Outro destaque foi a área de material de construção, com avanço de 30%, impactada pela facilidade de crédito no segmento.

O Provar destacou que quase todos os segmentos registraram intenção de compra acima do registrado em igual período anterior. "Há expectativa de pagar menos em todas as categorias de produtos", afirmou uma das coordenadoras de pesquisa do Provar, Patricia Vance. Para o coordenador-geral do Provar, a competição intensa no setor e o dólar mais baixo também têm favorecido o aumento das intenções de compra nos diversos segmentos.

Neste trimestre, a exceção ficou com o segmento de linha branca, de itens como geladeira e fogão, que apresentou queda de 25,5% na intenção de compra, em relação à apurada entre janeiro e março do ano passado. "Esse segmento teve venda expressiva em 2007", disse o também coordenador de pesquisa do programa, Marcos Luppe. No primeiro trimestre deste ano, o segmento respondeu por 6,4% das intenções de compra dos consumidores. No último de 2007, o patamar era de 10,2% e, entre janeiro e março do ano passado, 8,6%.

Gastos

A "Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra no Varejo" apontou, ainda, a intenção de gasto dos consumidores em cada uma das categorias consideradas. Na maioria delas, o planejamento é gastar menos, se comparado com os resultados da pesquisa em igual período de 2007.

Para o Provar, os consumidores estão utilizando 12,9 pontos porcentuais do total disponível da renda para pagamento de juros e contas eventuais em crediário no primeiro trimestre deste ano. Até março, segundo o programa, 19,7% dos recursos do consumidor não serão gastos para alimentação, habitação, vestuário, transporte, saúde e cuidados pessoais e educação e lazer. Desse total, depois dos gastos com crediário, restam, 6,8%.

Voltar ao topo