Segundo o Banco Central, superávit no 1º semestre é o maior desde 1991

Foi um festival de recordes nesta terça-feira (31) na divulgação do resultado das contas do setor público (governo federal, Estados, municípios e empresas estatais). Além do superávit primário do setor público no primeiro semestre (R$ 71,674 bilhões) ter sido o maior da série divulgada pelo Banco Central desde 1991, as contas separadamente das empresas estatais, dos governos regionais e do governo central (que reúne governo federal, INSS e Banco Central) também foram recordes para o primeiro semestre.

Os resultados recordes refletem uma maior arrecadação de impostos e contribuições cobrados pelas diferentes esferas do governo, mas também a dificuldade do governo federal de executar o seu programa de investimentos. Essa dificuldade foi refletida nos dados divulgados ontem do Tesouro Nacional da execução do Orçamento da União.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, as despesas vão se acelerar no segundo semestre, o que levará uma queda do superávit primário em direção à meta de 3,8% do PIB fixada pelo governo para este ano. "A tendência é de aceleração dos gastos no segundo semestre", disse ele. Questionado se será possível cravar o resultado na meta de 3,8%, ele respondeu: "Não acho que vai cravar. Eu trabalho com essa hipótese, que é a que eu tenho", disse.

Impacto

Altamir Lopes avaliou que a aceleração do impacto da queda da taxa básica (Selic) para a redução dos encargos com juros nas contas do setor público se dará ao longo do tempo. Segundo ele, a queda hoje se dá de forma mais demorada por conta da mudança do perfil da dívida, com a colocação de papéis prefixados e a emissão líquida de títulos que vem sendo feita pelo Tesouro Nacional. Além disso, a valorização da taxa de câmbio traz prejuízo ao governo federal, que tem posição ativa no câmbio, ou seja, é credor em dólar. Pelas estimativas do BC, as despesas com juros em 2007 vão fechar o ano em 6,1% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 6,89% em 2006 e 7,32% em 2005.

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