Segundo Mantega, relação dívida líquida-PIB caminha para 36%

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, apresentou nesta quinta-feira (2), durante reunião do Conselho Político do governo, um documento com 30 páginas afirmando que o País cresce de forma sustentável, com distribuição de renda, inclusão social e redução de desigualdades regionais. No texto, o ministro apresenta estimativa otimista sobre a relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB), um dos principais fatores levados em conta pelas agências internacionais de análise de risco de um país para lhe conceder o grau de investimento. Segundo o documento de Mantega, a dívida líquida, de 44,9% do PIB, registrada ao final de 2006, caminha para um índice de 36%.

Na primeira parte do texto, Mantega ressalta que há baixa vulnerabilidade externa, com registro de um superávit comercial de US$ 46 bilhões, no ano passado, e com reservas internacionais neste ano, de US$ 156 bilhões. Ele destaca ainda uma inflação baixa e estável, de 3,14% no ano passado e estimativa de 3,7% neste ano.

O documento apresentado por Mantega, chamado "Novo Ciclo de Desenvolvimento", enfatiza ainda a performance do Brasil em relação ao risco país, que foi de 207 pontos em julho. Em julho de 2002, lembra o documento, o risco país atingiu a marca de 2.406 pontos.

Superávit

O superávit do setor primário, diz o texto, foi de 4,3% do PIB no acumulado em 12 meses até junho deste ano. As projeções do governo indicam que a dívida líquida do setor público se manterá em queda nos próximos anos. Em 2006, a dívida foi de 44,9% do PIB. A previsão é de que, neste ano, a dívida fique em 43,9%, caindo para 41,4% em 2008, para 38,8% em 2009 e para 36% em 2010.

O governo observa que o crescimento econômico depende da redução da taxa de juros, de uma revolução no crédito, de uma expansão do emprego e da renda, do aumento do consumo e da produção e da elevação dos investimentos. Houve registro de um volume de R$ 799,2 bilhões do crédito bancário em junho.

O documento diz que foram criados mais de um milhão de novos empregos no primeiro semestre deste ano e que, em igual período do ano passado, o número foi de 924 mil, e repete as projeções feitas anteriormente pelo governo de que o País vai crescer 5% ao ano até 2010.

Empresariado

Mantega apresentou a Lula também um estudo feito pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) sobre a expectativa de empresários em relação aos negócios. O Ciesp ouviu 698 donos de empresas. O "espírito animal dos empresários", segundo o documento, mostra que 67% deles estão muito otimistas ou otimistas em relação aos negócios; 22% acham que tudo "deve permanecer na mesma situação", e 11% dizem estar "muito pessimistas e pessimistas".

Ao comentar o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o documento do Ciesp ressalta a importância de uma reforma tributária, da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e do fortalecimento dos mercados de crédito, de seguros e de capitais.

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