O mercado de trabalho industrial está refletindo o bom desempenho da produção, segundo avalia o economista André Macedo da coordenação de indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A ocupação acompanha a expansão da atividade produtiva", disse. O instituto divulgou nesta quinta-feira (12) um crescimento de 0,3% no emprego no setor em maio ante abril e de 2,0% em relação a maio de 2006. Ele observou que os segmentos com maior destaque na produção são também os que apresentam melhor desempenho no emprego.
O aumento da ocupação em maio em relação a igual mês do ano anterior foi o maior apurado pelo IBGE nessa base de comparação desde abril de 2005 (3,1%), destacou Macedo. Além disso, segundo ele, a seqüência de cinco taxas positivas ante mês anterior não ocorria desde 2004, até então o ano recente mais favorável para o segmento industrial.
A indústria de São Paulo, que representa 40% do emprego industrial e 45% da folha de pagamento do setor no País, puxou os dois indicadores em maio, enfatizou Macedo. Segundo ele, os segmentos que têm puxado o bom desempenho do mercado de trabalho em geral, como bens de capital, têm forte presença na indústria paulista. O emprego industrial local cresceu 2,3% em maio frente a abril e a folha de pagamento do setor subiu 2,1% em São Paulo nessa base de comparação.
No total do Brasil, a queda de 0,7% na folha de pagamento real da indústria em maio na comparação com abril "deve ser pontual", segundo o economista. Para ele, o recuo não reverte a trajetória positiva da folha da indústria. "O maior número de contratações tem impacto nos salários e por isso todos os indicadores da folha comparativos ao ano passado são positivos", disse. Conforme Macedo, os resultados da renda no setor continuam refletindo as recomposições salariais, o controle da inflação e a participação nos lucros em alguns setores.